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segunda-feira, novembro 24, 2003

do fundo do baú das memórias

Relembrar algumas das memórias que se encontram bem lá no fundo do baú onde guardamos recordações de situações vividas há muito ou que nos foram contadas pelos mais velhos


O início de uma paixão

Passados dois ou três anos a viverem em comum na mesma casa, meus pais e meus tios, que assim partilhavam a dificuldade de pagarem a renda da casa, decidiram individualizar a sua vivência. Neste espaço de tempo cada casal tinha já o seu rebento, eu e o meu primo Carlos.

Nós continuámos a viver na casa onde havia nascido, na Avenida da República, na Amadora, paredes meias com o quarto de minha avó materna, quarto que lhe cabia por ser porteira do prédio.

Famílias chegadas que éramos muitas vezes ia para casa dos meus tios, do outro lado da linha do combóio, onde brincava na rua com meu primo e outros miúdos da zona. Perto residia o Senhor Fernando, fotógrafo emérito e funcionário de uma importante casa de fotografia de Lisboa. Prolongava para sua casa o trabalho laboratorial que realizava na casa de fotografia em Lisboa. Eu passava horas de encantamento com o seu trabalho.

Meu apego à fotografia era tanto que minha mãe retirou das suas parcas poupanças uns escudos com os quais compro e me ofereceu no Natal uma pequena câmara fotográfica, muito simples, construída em plástico e com uma minúscula lente. Aliás, toda a câmara caberia na palma da mão de um adulto.

Para mim foi o deslumbramento. Foi também o início de uma paixão que dura há cerca de cinquenta anos. Teria, então, oito anos de idade.

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