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quarta-feira, novembro 12, 2003

mercenários

Já lá vão algumas dezenas de anos. Numa época em que o mercado da banda desenhada ainda não tinha sido invadido e destruído pelos castrantes livros de Disney e seus assessores, lia-se em Portugal O Mundo de Aventura, O Faísca, O Cavaleiro Andante, onde publicavam obras clássicas desenhadas em banda com origem em diversos países da Europa e até mesmo em Portugal.

Era a época do Marca Amarela, do Mandraque, do Tim Tim e de tantos outros heróis da BD. Recordo-me de uma série que se intitulava, salvo erro, Beau Gest, e descrevia as aventuras dos franceses e de homens de diversas nacionalidades em guerras nas terras de África. Era dado, como seria de esperar na época, um tratamento aventuroso e romântico.

Passados alguns anos conheci pessoalmente um português que fazia parte da designada Legião Estrangeira. Era um profissional da guerra. Gostava do que fazia. Onde andariam os sentimentos desse homem que em miúdo tinha brincado na rua com meu Pai?

Pertencia à Legião Estrangeira. Era elemento do Beau Gest. Era voluntário. Era, fundamentalmente, um mercenário.

Partem hoje para o Iraque cerca de 130 homens que voluntariamente vão dar cumprimento a uma decisão do governo de Portugal.

São mercenários.

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