domingo, dezembro 21, 2003
a banda do cidadão em acção
A Banda do Cidadão é um meio de comunicação radio pessoal, de uso livre e muito divulgado em todo o Mundo, que se sem mostrado socialmente útil em muitas circunstâncias
Ser útil com a Banda do Cidadão numa situação inesperada
Vila Nova de Milfontes. Dez horas de uma manhã quente de Agosto de 1981.
Como habitualmente deslocava-me com a família para a zona balnear que distava alguns quilómetros do local onde me encontro a residir.
Nessa manhã como tencionava passar todo o dia na praia, desloquei-me de carro à vila, afim de adquirir alguns géneros de que precisaria na hora da refeição. A avenida principal encontrava-se em acabamentos de pavimentação, com uma antiquada máquina de rega asfáltica a gemer, penosamente, acompanhada por alguns trabalhadores que lentamente cumpriam a sua missão.
Quando de regresso à viatura não resisti à tentação de acompanhado pela mulher e filhos ir tomar um café. A rua estava já pejada de passeantes, uns dirigindo-se para a praia, outros na faina habitual do seu quotidiano e ainda outros, em pequenos grupos conversando.
Passados poucos minutos, de regresso à rua principal, depois de saciado o vício do café matinal, verifico com espanto, que no local onde pouco antes tinha passado algo de anormal se estava passando.
Um homem saltava e gritava e já uma pequena multidão se aglomerava à sua roda. Apressei o passo na tentativa de verificar o que se estava passando e de me informar. A informação chegou rápida e brutal. A mangueira da máquina de betume tinha saltado e violentamente tinha embatido nas vistas do homem que gritava.
Imaginei as dores que ele deveria sentir. Sabia que a máquina trabalha a altas temperaturas, que a pressão com que a mangueira expele o betume é elevadíssima e era para mim evidente que era necessário actuar rapidamente por forma a minorar o sofrimento e a evitar consequências mais graves.
Depois de alguns momentos de hesitação, perguntei se havia bombeiros. Alguém berrou que não, que só existia uma ambulância junto à Casa do Povo.
Corri para o carro e liguei o rádio CB em canal 9. Apelei socorro para os Bombeiros do Cercal, distantes cerca de 15 quilómetros. Não consegui o contacto.
No momento em que ia tomar a decisão de eu próprio fazer o transporte do sinistrado para o Hospital de Odemira, distante cerca de 30 quilómetros, respondeu-me a estação "PIGAL" que sendo da localidade sabia o sítio exacto em que se encontrava a ambulância, conhecendo, inclusive, o motorista.
Mais calmo, saí do carro e informei que dentro de segundos uma ambulância chegaria. Para muita gente, era a primeira vez que viam um rádio CB e para muitos outros era a verificação da sua utilidade. Uns e outros concordavam que sem aquele equipamento rádio, pouco ou nada se poderia ter feito.
Uma sirene soou. Era a ambulância. A minha missão tinha acabado, a família e a praia esperavam me e eu pensava: "que pena tantos quartéis de bombeiros não usarem ainda rádio CB".
Ser útil com a Banda do Cidadão numa situação inesperada
Vila Nova de Milfontes. Dez horas de uma manhã quente de Agosto de 1981.
Como habitualmente deslocava-me com a família para a zona balnear que distava alguns quilómetros do local onde me encontro a residir.
Nessa manhã como tencionava passar todo o dia na praia, desloquei-me de carro à vila, afim de adquirir alguns géneros de que precisaria na hora da refeição. A avenida principal encontrava-se em acabamentos de pavimentação, com uma antiquada máquina de rega asfáltica a gemer, penosamente, acompanhada por alguns trabalhadores que lentamente cumpriam a sua missão.
Quando de regresso à viatura não resisti à tentação de acompanhado pela mulher e filhos ir tomar um café. A rua estava já pejada de passeantes, uns dirigindo-se para a praia, outros na faina habitual do seu quotidiano e ainda outros, em pequenos grupos conversando.
Passados poucos minutos, de regresso à rua principal, depois de saciado o vício do café matinal, verifico com espanto, que no local onde pouco antes tinha passado algo de anormal se estava passando.
Um homem saltava e gritava e já uma pequena multidão se aglomerava à sua roda. Apressei o passo na tentativa de verificar o que se estava passando e de me informar. A informação chegou rápida e brutal. A mangueira da máquina de betume tinha saltado e violentamente tinha embatido nas vistas do homem que gritava.
Imaginei as dores que ele deveria sentir. Sabia que a máquina trabalha a altas temperaturas, que a pressão com que a mangueira expele o betume é elevadíssima e era para mim evidente que era necessário actuar rapidamente por forma a minorar o sofrimento e a evitar consequências mais graves.
Depois de alguns momentos de hesitação, perguntei se havia bombeiros. Alguém berrou que não, que só existia uma ambulância junto à Casa do Povo.
Corri para o carro e liguei o rádio CB em canal 9. Apelei socorro para os Bombeiros do Cercal, distantes cerca de 15 quilómetros. Não consegui o contacto.
No momento em que ia tomar a decisão de eu próprio fazer o transporte do sinistrado para o Hospital de Odemira, distante cerca de 30 quilómetros, respondeu-me a estação "PIGAL" que sendo da localidade sabia o sítio exacto em que se encontrava a ambulância, conhecendo, inclusive, o motorista.
Mais calmo, saí do carro e informei que dentro de segundos uma ambulância chegaria. Para muita gente, era a primeira vez que viam um rádio CB e para muitos outros era a verificação da sua utilidade. Uns e outros concordavam que sem aquele equipamento rádio, pouco ou nada se poderia ter feito.
Uma sirene soou. Era a ambulância. A minha missão tinha acabado, a família e a praia esperavam me e eu pensava: "que pena tantos quartéis de bombeiros não usarem ainda rádio CB".