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sábado, janeiro 24, 2004

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


Trabalhar uma nova comunidade

O fotógrafo e a escritora sentaram-se, lado a lado, no banco do jardim sobranceiro ao mar azul, tão amplo e tão belo, “marzão bonito” como tantas vezes a escritora deixava gravado no seu arquivo de imagens e outras tantas descrito em textos de encantar que o fotógrafo produzia com sua máquina fotográfica.

Estavam silenciosos, pareciam mergulhados em seus pensamentos próprios, isolados do Mundo que os rodeia, parecendo até isolados um do outro, solidão, embora estivessem tão juntos.

Pura ilusão. O sorriso que aflorou em simultâneo aos lábios da escritora e do fotógrafo desmentiam tal situação. Algo sintonizava seus pensamentos e sentires. Saíram dos profundos pensamentos, olharam-se nos olhos e, num fulgor de entendimento, levantaram-se e começaram a caminhar tranquilamente.

Caminharam cidade adentro, foram deixando para trás os belos apartamentos, lojas e restaurantes sempre iluminados mesmo em pleno dia. A paisagem humana mas também os edifícios foram-se mostrando diferentes.

O ambiente era mais agressivo e os edifícios degradados, mas o fotógrafo observava com curiosidade a forma como muitas mulheres, sem dúvida mãews, saudavam amigamente a escritora. Ele sentia-se orgulhoso pela sua companheira de caminhada.

_ Querido amigo, estamos chegados ao meu destino de hoje. Estou a entrar noutra comunidade. Tenho trabalho para preparar.

_ Vai tranquila. Fico aqui na rua a ver as pessoas. Eu sempre espero por ti.

Separaram-se. Separaram-se? A escritora lá seguiu para o seu trabalho diário, duro labor, mas muito ....

O dia anterior fora passado em reuniões com as lideranças do projecto, na preparação da estratégia de mobilização e de inscrição e no estabelecimento do cronograma e da área a ser trabalhada.

O trabalho com os meninos da rua vai ser aplicado na prática com a participação de alunos de duas escolas que antes de descerem às ruas vão desenvolver oficinas temáticas a respeito do conteúdo de saneamento ambiental. Os meninos através da elaboração de desenhos e de frases quadrinhas ficam sabendo como utilizar bem o sistema de esgotamento sanitário que está sendo implantado ou recuperado em suas comunidades.

O tempo que passa cumpriu a sua função. A escritora regressou à calçada onde o fotógrafo a esperava parecendo saber o momento exacto em que o regresso se daria.

A noite já estava aí. Bem à sua frente a Lua na sua primeira tirinha do Crescente iluminava a calçada mais parecendo Lua Cheia. Como companheiro bem junto a si, o planeta Vénus dava mais luz ao firmamento.

Em uníssono disseram: _ Vamos!


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