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domingo, fevereiro 29, 2004

o meu caderno de viagens

Pequenos apontamentos rabiscados num caderno de viagem e agora partilhados com os leitores. Os sítios, as gentes, os costumes e as curiosidades observados por quem gosta mais de viajar do que de fazer turismo


Chaminés e Torres Sineiras Alentejanas

Monsaraz vila sobranceira aos vastos campos do Alentejo premeia os seus visitantes com maravilhosas chaminés que aprendi a ver através dos trabalhos que "O Maltês", fotógrafo alentejano de eleição, connosco partilha. Chaminés que são autênticas vigilantes na escuta dos sons maravilhosos da planura sem fim e de onde emanam odores ímpares da cozinha alentejana na promessa de não menos agradáveis sabores.

Conjugam-se harmoniosamente materiais de origem e tempo tão diversos criando um ambiente único de beleza arquitectónica. Um cruzamento de épocas e de saberes que se concretiza numa chaminé simultaneamente simples e altaneira, autêntico mirante e vigia dos eternos e amplos campos alentejanos.

São a réplica do Povo às altaneiras torres dos castelos obras de arquitectura militar aqui numa réplica tão popular. Delas saiem fumos e odores que dão aos amplos campos do Alentejo um delicioso bem estar. Odores de pão cozido que quando quente faz as delícias da pequenada e guardado nas arcas o amanho de quem cuida do lar e da família.



Singela no seu traço, algo abandonada no seu embelezamento, continua altiva em terras de Guadalupe, zona de forte esoterismo e onde bem perto se situam o menhir e o cromelec de Almendres. A igreja a que pertence esta torre sineira serve uma população de 500 habitantes na sua maioria sem fortes ligações religiosas mas muito sedentos de algum desenvolvimento, especialmente turístico, que a existência de importantes peças pré-históricas bem justifica.

Medieva e altaneira, com marcas do tempo bem evidentes esta torre sineira tem testemunhado, no decorrer das eras, as mais diversas vicissitudes porque passaram as terras do Alentejo, com avanço e recuos da moirama já nos tempos do reino de Portugal, porque antes, já teria testemunhado a passagem de outros povos e de outras gentes.

De uma alvura sem mácula esta torre sineira pertence à igreja matriz de terra, onde no largo fronteiro a população local ainda tem por hábito deixar passar o tempo em amena cavaqueira, discutindo as últimas novidades do Mundo, as pequenas querelas locais e, muito em especial, vendo os muitos turistas passarem pela ruela fronteira.



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