Partilhar
quarta-feira, fevereiro 04, 2004

sabores de valle de rosal

Dos sabores caparicanos, a terra e a mar. A gastronomia, os vinhos e outros paladares e odores que encantam os sentidos e aprofundam as amizades. A arte da gastronomia, com recurso a receitas tradicionais, de preferência da região da Costa de Caparica, com a consultoria e o toque pessoal da Maria Teresa. Bom apetite!


Comer uma caldeirada na Costa

O poeta Bulhão Pato, que chegou a residir num palacete no Monte de Caparica, escreveu num dos poemas que dedicou à Praia do Sol:

Com a sardinha empilhada,
Inda saltando vivaz,
Vem de cestinha avergada;
E lá de baixo, da praia,
E sobe a pino o almaraz;
Mas nem por sombras cansada!


A receita tradicional da caldeirada da Costa de Caparica não é confeccionada com sardinha, embora, pessoalmente muito aprecio uma caldeirada de sardinhas. Na caldeirada tradicional da Praia do Sol, os peixes utilizados são o tamboril, o safio e a tramelga, esta última conhecida pelos pescadores como galinha do mar, atendendo a sua deliciosa maciez.

Vem esta conversa a propósito de uma boa caldeirada comida recentemente no restaurante Carolina do Aires, tradicional local de comeres mesmo à beira do mar. Esta degustação integra-se na II Mostra de Caldeiradas que está a decorrer na vila piscatória de Costa de Caparica.



Esta II Mostra de Caldeiradas decorre de 17 de Janeiro a 15 de Fevereiro, integrada nas Festas Anuais da Vila e nela participam 32 restaurantes situados não só na Vila como também ao correr da orla marítima de mais de 20 quilómetros.

E terminamos como começámos com um extracto de um poema de Bulhão Pato:

Magrinha – mas que vigor
No seu passo de balança!...
E, para apressar os passos,
São duas azas os braços!
A venda deve ser boa,
Que há muito que o mar não dá,
Com que alvoroço apregoa:
_ Sardinha fresca... Fres-quiá!
_ Sardinha fresca... da Costa!
_ Viva da Costa... Fres-quiá!


Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?