Partilhar
segunda-feira, abril 26, 2004

a merecerem as luzes da ribalta

A fotografia que ontem, 25 de Abril, publiquei subordinada ao título “Onde estavas no 25 de Abril?” encontrei-a publicada em dois livros alusivos à Revolução dos Cravos, com muito poucas referência, especialmente, quanto ao autor. Era hábito na época, saudável hábito digo eu, defender as autorias de uma forma colectiva, referindo os nomes mais sem “puxar pelos galões” do melhor, do mais bem posicionado, do mais oportuno. É interessante comparar com o que hoje se passa com uma concorrência desmesurada e desleal entre as pessoas e entre os operários do mesmo ofício.

Pois a autoria da fotografia publicada é de Alfredo Cunha ou de Fernando Baião, ambos fotógrafos excelentes e os livros em que vem publicada são:

Da Resistência à Libertação, editado pela Secretaria de Estado da Comunicação Social, em Abril de 1977. A imagem vem acompanhada por um poema de Sophia de Mello Breyner – Como a voz do mar / Interior de um povo / Como página em branco / Onde o poema emerge.

Eanes, um presidente no curso da Constituição, edição Na Revolução, com prefácio de Setembro de 1978.

Acontece que a citada fotografia também não tem qualquer referência à data ou à situação em que foi obtida, podendo-se unicamente avaliar que se trata de uma manifestação popular eivada de entusiasmo e de patriotismo como eram a maioria das manifestações realizadas à época.

Entretanto este post mereceu valiosos comentários a que desejo dar destaque, trazendo-os aqui até à ribalta da Oficina, como agradecimento pela atenção e reconhecimento pela qualidade e consequente enriquecimento do que foi publicado.

Deméter, do Segredos de Deméter
É impressão minha ou você estava com uma câmara fotográfica pendurada no pescoço registrando toda a muvuca? Menino, você deve ter muita história para nos contar, através do seu olhar de fotógrafo, do seu espírito político, das experiências de quem nunca perdeu a esperança. Um grande abraço, cheio de carinho.

LuaLil, do Entre o Sono e o Sonho
Onde estavas no 25 de abril?! Ao lado da escritora mesmo que pareça não isso... Ela não escreve ainda mas alguém escreve com sua máquina fotográfica uma história de liberdade... um dia, noutra era de liberdade, se encontrarão

António Dias
A máquina fotográfica que não adivinhava o futuro.
A fé do fotógrafo não foi suficiente.
Hoje, com outra máquina, o mestre fotógrafo lá vai, decerto, registando as consequências de um Abril mal digerido. E mal tratado.
Um abraço.


SáNunes, do Des-Encantos
...já disse aqui ao lado: estava LÁ bem longe, algures nos céus de Angola, na dita G.Colonial....
Foi ter de colonizar e depois descolonizar...Ao todo 33 meses...


João, do Bota Acima
Amigo Vicktor, desculpa a mania do rigor. Mas, para esta fotografia, a pergunta não devia ter sido antes "onde estavas no 1º de Maio de 1974"? Verdade que a diferença é de apenas uma semana, mas nessa semana o ambiente alterou-se profundamente. Estarei errado por presunção ou deste mesmo uma facadinha no rigor histórico (olha lá esse socialismo científico...)? Abraço.

As respostas aos comentários está no respectivo post, pois o enriquecimento ficou a dever-se aos comentários aqui destacados.

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?