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sábado, abril 03, 2004

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


O Lar do Nenen

_ Se tiver algum tempo disponível, proponho que façamos uma visita ao Lar do Nenen. Que acha?
_ Concordo plenamente. Sempre se arranja um tempinho e é importante irmos conversar com a Dona Tuti.

Caminharam calçada acima na direcção do Bairro da Madalena para visitar aquela casa de bem fazer, como lhes havia recomendado uma amiga comum e a quem pretendiam dar uma pequena ajuda. Modesta no seu valor, mas de grande importância no seu objectivo.

Quando chegaram ao lar do Nenen foram recebidos pela Dona Tuti, directora voluntária da instituição, que de imediato se prontificou a mostrar as instalações. Com uma limpeza irrepreensível as instalações albergam neste momento 25 crianças, até aos dois anos de idade, podendo no seu limite acolher 40 bebés.

_ São despesas muito elevadas, agora que os subsídios tardam em chegar. Contamos muito com a ajuda dos beneméritos.
_ Mas sabe, Dona Tuti, a nossa ajuda vai ser muito modesta. Simplesmente 100 Euros!
_ Mas isso para as crianças é uma maravilha. Dá para comprarmos leite, bolachas e papa para nenens. Estou abismada como no estrangeiro se lembraram de nós.
_ Ficamos satisfeitos em saber que podemos ser úteis para os vossos objectivos.

O Lar do Nenen é uma instituição social beneficente, sem fins lucrativos, tendo como objectivo principal o acolhimento de crianças na faixa etária de 0 a 2 anos, órfãs ou não, que se encontrem em situação considerada de risco e cujos processos de medida de protecção ou destituição do pátrio poder, tramitam nos Juizados da Infância e da Juventude da capital ou do interior do estado de Pernambuco.
As crianças são encaminhadas para o Lar do Nenen através dos Conselhos Tutelares, ou através de juizes ou promotores de comarcas da capital e do interior, onde permanecem em regime de abrigo provisório até que seja definida sua situação jurídica. Ao final de cada processo, a autoridade judicial poderá ser favorável ao retorno da criança ao seio de sua família biológica ou à sua integração a uma nova família através da adopção.
Com capacidade para abrigar até 40 crianças, a Associação está instalada em sede própria.
É imprevisível o tempo de permanência de cada criança no abrigo, haja vista a natureza do trabalho que executa, a entrega para adopção ou a criação de condições para um retorno aos familiares, justificando o fluxo constante de crianças, oscilando dessa maneira o quantitativo durante o ano.
_ Estou com o coração cheio de alegria ao ver estas crianças tão bem cuidadas.
_ É verdade. Vamos poder ajudar algo de muito concreto. Mais do que as palavras é a acção que é importante e deveras emergente.
_ Viu o carinho com que tratam a criançada?
_ Além do asseio de todas as instalações foi, na realidade, o que mais me sensibilizou.

O Fotógrafo e a Escritora decidiram, assim, avançar tranquilamente com o projecto nascido da sua imaginação para ajudarem uma instituição de protecção às crianças mais desfavorecidos.

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