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sábado, abril 17, 2004

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


O Sudoeste alentejano

O Fotógrafo e a Escritora encontraram-se, como muitas vezes acontece, na calçada que subindo os conduz à zona mais carenciada da cidade. Trocam algumas palavras enquanto vão calçada acima.

De súbito dão as mãos.

É sublime a amizade que sentem um pelo outro. E este “dar as mãos” é, na realidade, uma dádiva para todos os seres humanos, especialmente os mais desfavorecidos, que tanto desejam apoiar e defender.

Este gesto tão singelo teve, contudo um efeito inesperado...

A Escritora viu-se, de súbito, a percorrer terras de beleza única, na zona litoral do Sudoeste alentejano, no alto das arribas sobranceiras às praias da Vieirinha, da
Oliveirinha, da Foz, dos Canudos e do Burrinho. Ali pelas proximidades de Porto Covo e da tão cantada Ilha do Pessegueiro.

Mar azul, de diversos matizes consoante a profundidade, violento ao bater nos rochedos dispersos e de tamanha ternura quando se espraia nas doiradas areias. Mar de contrastes mas sempre de uma beleza ímpar que nos leva à contemplação por tempos infinitos.

É com todos estes contrastes e sentimentos profundos que a escritora é confrontada nesse momento inolvidável.

_Caro Fotógrafo, tão bem que eu conheço essa luminosa região do litoral português.
_ Sim... por muito que conheçamos fazemos a cada novo instante uma outra descoberta. É a flor silvestre em que nunca tínhamos reparado. É o espumar das ondas que traçam desenhos extravagantes nos rochedo com quem convivem há milhões de anos.
_Mas sabe que já me perdi de amores nestes mares sem fim?
_Acredito! Isso sempre acontece aos que se perdem na imensidão do mar, o tal mar que nos une...

O ar estava impregnado duma mistura de odores que fariam a delícias de qualquer alquimista das perfumarias parisienses. Um misto de maresia e do odor esquisito das estevas. As estevas que nesta época do ano noivam os campos do Alentejo e incentivam ao namoro, melhor à profunda amizade.

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