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terça-feira, junho 29, 2004

golpe de estado na peixaria

Na passada semana fui diversos dias ao mercado da Charneca de Caparica, pois as coisas assim se proporcionaram as coisas. Um dia faltava a hortaliça.... _Vamos ao mercado que tem couves vindas das hortas da Costa! Outro dia era a carne moída para confeccionar uma “a la bolognese”.... _Vamos ali ao mercado pois o talho tem carne de óptima qualidade! Naquele dia de calor apetecia mesmo um peixe grelhado... Vamos ao mercado que na banca do costume há sempre peixe fresco!

Estas idas ao mercado nunca foram tranquilas. Sentia-se um ambiente pesado, de descontentamento, onde os olhos dos vendedores e das vendedeiras só brilhavam quando lhes falávamos de futebol. As bandeiras, muitas bandeiras, logo entravam em agitação... _Portugal! Portugal! Portugal!

Não resisti a perguntar: _Que se passa que as pessoas parecem andar apreensivas, preocupadas, triste?

A resposta não se fez tardar: _Então você não quer saber que o “cherne” depois de partir o gelo todo, fazer com que o restante peixe se estragasse, deu cabo da (a)rraia miúda e agora quer saltar da banca para fora! E deixar por cá o badejo de segunda para os clientes habituais...

_É um cobarde, é um traidor, é um mentiroso!

_Diz que vai defender o Mercado da Charneca de Caparica, lá para as bandas do mercado europeu, mas o que ele quer é ser considerado um salmonete e deixar de ser vendido às postas. Peixe fino é outra coisa...

_Mas... o meu marido é que manda na banca e não vai permitir um golpe de estado aqui na peixaria...

_Não? _Peixeirada já a situação é...

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