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segunda-feira, junho 07, 2004

imagens com memória

Do meu arquivo de fotografias a "preto e branco" selecionei e comentei imagens cuja memória desejo partilhar com quem visita a Oficina. Trata-se de uma outra forma de vasculhar o meu baú de recordações


Cigano do rio



Era o modo de vida, o ganha pão, assim como era a sua morada mais a da mulher e dos filhos e o meio de transporte mais adequado ao meio em que viviam. Aqui nasciam e morriam, aqui ganhavam o sustento para a família.

Frágeis embarcações, navegavam permanentemente rio abaixo rio acima na faina da pesca, ainda mais artesanal do que a praticada na Costa pelas companhas dos barcos de meia-lua.

Aliás, esta frágil embarcação era o sinónimo máximo de uma vivência isolada e individualista destas gentes, por muitos conhecidos como “os ciganos do ri”. Com o tempo e a maré de feição afoitavam-se a descer o rio até às imediações da Ribeira mais para apanharem tainhas que andam na babugem dos esgotos.

Protegidos por uma improvisada coberta de folha de Flandres ondulada viajavam com estes homens da pesca todos os componentes da família. Viajavam e ali viviam sem descer a terra para levar os filhos à escola, só em último caso para alguma ida ao hospital.

Hoje em dia, desapareceram totalmente das águas do Tejo, inclusive pela forte perseguição a que foram sujeitos pelas autoridades como sempre acontece com a etnia cigana... do rio e da terra.

Local: Rio Tejo, junto ao Cais do Sodré
Data: Anos 60, do Século passado


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