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domingo, julho 25, 2004

um dia não haverá mais vegetação para arder

No dia 3 de Agosto de 2003 publicámos na Oficina um texto com o título em epígrafe que pela sua actualidade agora transcrevemos:

Terras mártires da Sertã do Fundão de Oleiros de Vila de Rei de Proença-a-Nova de Castelo de Vide. Terras e gentes destroçadas por violentos fogos florestais, fogos de Verão, na maioria criminosos na sua génese.

Criminosos por fogos postos quando o são, mas não menos criminosos pelo facto de, ano após ano, ser completamente ignorada a prevenção, onde se encontra o factor principal para a solução de tão grave problema.

O poder político deveria assumir totalmente as sua responsabilidade. Mas não. São relatórios e mais relatórios, inquéritos e mais inquéritos, comissões e mais comissões, reuniões e mais reuniões. O povo sofredor continua a sofrer.

Incriminam-se os particulares de não procederem à limpeza da mata morta. Mas o Estado mantém completamente conspurcadas as matas nacionais, as reservas naturais, as áreas protegidas. As bermas das estradas, nacionais e dadas em concessão, mantêm-se ompletamente cheias de manta seca.

Os governantes papagueiam são opiniosos são “sábios” mas continuam a manter, década após década, uma protecção civil inoperante descoordenada berço de uns tantos tachos. E papagueiam elogios aos bombeiros voluntários que durante os restantes nove meses do ano ignoram e não apoiam.

Criminosos são, sem dúvida, os incendiários. Mas também a corja de “papagaios” que senhores do poder de decisão e de intervenção se limitam a falar falar falar...


Se substituirmos as localidades então citadas por Torres Novas, Serra de Monchique e Serra da Arrábida mantém-se totalmente a actualidade. Os "papagaios", os demagogos e os incompetentes. esses, continuam a dirigir este País que, pouco a pouco, caminha para a destruição total da sua mancha florestal.

De nada serviram as palavras avisadas de algumas pessoas conscientes da gravidade da situação, como foi o caso de Maria Emília de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Almada, ao referir que os "fogos de Verão se evitam com trabalho realizado no Inverno".

O Inverno e a Primavera portugueses foram passados com "conversas e conversetas", com discussões estéreis, com música e futebol, com patriotismos bacocos e saudosismos retardados. Com o poder económico e financeiro a dominar o poder político.

Resultado? Portugal continuará a arder para gáudio dos madeireiros e dos falcões do imobiliário.



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