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quinta-feira, setembro 23, 2004

dia sem carros, onde?

A Semana Europeia da Mobilidade já caiu no esquecimento. O Dia Sem Carros já é considerado por muito poucas cidades no nosso País (este ano apenas 51 e algumas de forma puramente simbólica). O Dia do Eco-Condutor, dia que como tantos outros deveria ser em todos os dias do ano, especialmente, pelo repudio à poluição da falta de civismo esse nunca existiu. Outras designações de “semanas” e “dias” com as quais se pretende sensibilizar as pessoas para os malefícios da utilização dos veículos automóveis cujos motores funcionam com combustíveis poluentes já é passado.

Foi uma campanha meritória no seu enunciado e nos objectivos que pretendeu atingir. Contudo, sobrou-me sempre a dúvida pessoal da sua razoabilidade e da sua eficácia.

Em primeiro lugar, quem pretendem os promotores destas campanhas sensibilizar? Em Portugal, grande parte da população já há muito que não utiliza transportes privados devido á penúria em que vivem, muitos no limiar da subsistência.

Os ricos e a classe média endinheirada, novo-riquismo emergente tantas vezes do clientelismo político que se sobrepõe em camadas fruto das mudanças da cor dirigente, esses não prescindem do transporte próprio.

Andam sempre em acelerada correria, do emprego onde saem tarde para melhor competirem com o colega do lado, para o infantário ou escola das crianças, para casa nos arredores da cidade, onde vivem em urbanizações ou condomínios fechados.

Os restantes, a maioria, levanta-se de madrugada, utiliza transportes públicos de má qualidade e sem o mínimo de comodidade que um ser humano merece. Chega a horas ao serviço, pois caso contrário o seu emprego está em risco. Onde chega tarde, cansado, preocupado com a alimentação da família, é a casa, noite fora, após outro período de martírio nos transportes públicos.

É fácil comemorar dias e semanas, com temática ecologista, que todos sentem ser importante defender. Mas será assim que se defende a Natureza e o Ser Humano?

O que fazem os governos contra os empresários fabris que poluem selvaticamente para não investirem nas medidas adequadas de protecção ecológica? E contra os armadores que poluem os oceanos impunemente lavando fundos dos navios tantas vezes dentro de águas territoriais?

Comments:
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