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quarta-feira, setembro 15, 2004

o pequenino morcego

Solitário no seu voar irregular, na permanente actividade de alimentação com base em pequenos insectos, procura na minha companhia diária mitigar esse seu estado de vida.

Acompanha-me nas minhas caminhadas nocturnas no passeio das cadelinhas ou quando vou colocar o lixo no respectivo latão, em voos rasantes, em círculos, que são uma forma muito própria de comunicação.

Pequenino mamífero, por muitos hostilizado, sente que gosto dele e da sua companhia e, portanto, gosta “igualmente de mim”. Companhia habitual ao longo dos meses e meses, uma noite fez-me uma surpresa.

Apresentou-me a companheira. A partir daí as minhas caminhadas nocturnas passaram a ser acompanhadas por dois pequenos mamíferos voadores.

Algum tempo volvido voltou só, coisas da vida, e assim tem continuado, noite após noite, mostrando a sua sombra esvoaçante provocada pela iluminação pública ou pelo reflexo da Lua naquelas noites em que cheia se encontra.

Outras vezes é mesmo uma aproximação directa. Sinto então a vibração das suas membranas que mais parecem asas de passarinho. Tal tem acontecido com muita frequência nos últimos dias. Dei comigo a pensar: _Será que este pequeno morcego tem algo a comunicar-me? _Que mensagem me quererá transmitir?

Depois tudo entendi. Quem, na verdade, algo tinha a comunicar era eu. Ele teve essa percepção extrasensorial.

Bastou pensar que ele entendeu: _Morceguinho, vou faltar alguns dias a este nosso encontro, mas irei voltar em breve!

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