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sábado, setembro 11, 2004

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


A luta que temos entre mãos

Já lá vão quase oito meses que o Fotógrafo e a Escritora percorrem, lado a lado, a calçada ao bom estilo da calçada portuguesa, mas situada do outro lado do Atlântico, nas terras do Recife, do frevo e da amizade. Têm percorrido os caminhos do bem querer e da solidariedade, tem-se cruzado com o Povo das ruas, cada vez mais consciente da sua importância pelo muito que têm aprendido.

Quando um dia a Escritora pretendeu saber quantas “caminhadas” já tinham realizado juntos o Fotógrafo não lhe soube responder:
_Sinceramente não sei. Mas um dia hei-de concluir de quantas vezes junto caminhámos.
_Era algo que gostaria mesmo de saber.

Hoje quando de novo se encontraram para a habitual caminhada “calçada acima” a primeira coisa que o Fotógrafo disse foi:
_Querida Escritora, até hoje e desde 17 de Janeiro quando iniciámos as nossas caminhadas juntos já percorremos 33 vezes esta calçada.
_Porque se lembrou agora disso?

A Escritora estava entre o surpreendida pelo tanto caminhar mas, de igual modo, curiosa pela preocupação estatística demonstrada pelo Fotógrafo.

_Porque se lembrou agora disso?
_Sempre chega a hora de fazermos o balanço da nossa vida, e como nem tudo pode ser feito no final do ano civil aqui está o sentido dos nossos caminhares.
_Mas...
_Já viu quantas esquinas virámos nestes oito meses, e quantas vezes fomos surpreendidos pela vida e pelos acontecimentos.
_Sim.... e quantas alegrias já tivemos e, enfim... também algumas desilusões.
_É verdade. Mas foi um caminhar que valeu a pena, ficámos mais ricos e partilhámos com os outros os nossos sentires... Estamos com forças para continuar, querida Escritora?
_Claro que sim. Vamos afastar os escolhos e ultrapassar as dificuldades...
_Vencer as lutas que temos entre mãos e continuar...

“A luta que temos entre mãos” irá afastar durante algum tempo o Fotógrafo da Escritora. Será simplesmente um afastar físico pois estarão juntos em pensamento partilhando forças e vontades, optimismo e muito querer.

Na alvorada do dia seguinte estarão de novo prontos a calcorrear os caminhos luminosos do rumo certo na procura de um Mundo melhor.

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