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segunda-feira, outubro 04, 2004

imagens com memória

Do meu arquivo de fotografias a "preto e branco" selecionei e comentei imagens cuja memória desejo partilhar com quem visita a Oficina. Trata-se de uma outra forma de vasculhar o meu baú de recordações


Descarregar peixe



O mercado do peixe, no Cais do Sodré, em Lisboa, situado à beira do Rio Tejo, era ponto de chegada e de partida de pequenas embarcações carregadas de caixotes de peixe capturado durante a noite pelas traineiras que desenvolviam a sua faina na quebra do mar e que no madrugar as enviavam para o mercado.

As frágeis barcaças vinham rio acima, encostavam ao paredão marginal, e aí, à força de braços eram descarregadas, para serem depois vendidas na lota logo ao alvorecer, aos contratadores que aí se juntavam.

O esforço físico, quer na faina da pesca, quer no transporte e descarregar do peixe no mercado, raramente era financeiramente compensador, pois os contratadores estipulavam os preços a seu belo prazer e quando a “coisa” não lhes agradava simplesmente não compravam, forçando a que o peixe fosse para a vala e com ele o sonho e a subsistência dos pescadores.

Muitas vezes o ganho para o sustento das famílias era conseguido pela venda de tequinhas de peixe fino a particulares ou para os restaurantes, sempre feita de forma dissimulada para evitar represálias dos contratadores.

Naqueles tempos, como agora, pese a evolução social e tecnológica a cupidez do lucro dominava o esforço de quem trabalhava para viver, melhor, para sobreviver.

Local: Cais da Ribeira, Lisboa
Data: Anos 60 do século passado



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