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segunda-feira, novembro 15, 2004

portagens nas cidades

Desde há alguns meses que o acesso à cidade de Londres, especialmente à zona central e histórica, por veículos automóveis privados, está sujeito ao pagamento de uma taxa de circulação.

É agora a vez do governo português ponderar a hipótese da criação de taxas para os veículos que circulem em Lisboa e Porto. A medida é apresentada como incentivo ao uso dos transportes públicos tendo em vista a redução da dependência de Portugal em relação ao petróleo.

Apresentando alguns aspectos positivos, estas medidas pecam, em Portugal, por extemporâneas relativamente à resolução de algumas condições prévias. Primeiro não existem, ainda, transportes públicos em quantidade e qualidade que dêem uma alternativa cómoda a quem tem que se deslocar para as cidades, especialmente nas horas de ponta. Em segundo lugar, não estão criadas zonas de estacionamento gratuitas com objectivos dissuasores, em situações geográficas adequadas.

Estas medidas não poderão, de forma alguma, penalizar quem se desloca para as cidades para o desempenho da sua actividade profissional. Nem em termos financeiros, nem em termos de tempo de deslocação, nem em termos de comodidade e de bem-estar.

Desde há muitos anos que baila no meu espírito, e algumas vezes já traduzi por palavras, uma ideia muito próxima desta aqui aflorada. Por que não instituir uma taxa não só para os automobilistas como para todos aqueles que se deslocam para as praias da Costa de Caparica?

Claro que não terei nunca a ideia de cobrar uma taxa para respirarmos o ar puro da Mata dos Medos ou para nos refrescarmos nas salsas ondas do mar caparicano.

Contudo, 10 milhões de pessoas que se deslocam para a Costa de Caparica na época de veraneio, não deixando valor acrescentado significativo à economia local (que o digam os comerciantes?), produzem toneladas de lixo que lançam indiscriminadamente nas doiradas areias e nas matas do Pinhal do Rei sem qualquer respeito pela Natureza e pelo meio ambiente.

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