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quarta-feira, novembro 03, 2004

rota de esperança

Passaram-se 16 meses desde o primeiro alerta. Curiosamente, na altura, não fiquei surpreendido embora não tivesse tido qualquer sintoma de que essa situação se pudesse verificar. Parecia ser algo que não sendo desejado, era esperado.

Não reagi tão pouco com o costumado: _Porque é a mim que isto acontece?

Tive nitidamente o sentir, não por santidade ou altruísmo, “antes a mim do que a um meu ente querido”. Pensando melhor, “antes a mim do que a qualquer outra pessoa”. Somente os familiares mais chegados e alguns amigos ficaram conhecedores das dúvidas e interrogações que me afligiam na altura.

Achei que seria despropositado sobrecarregar os meus amigos com preocupações para uma situação de doença, cujos contornos ainda se encontravam muito mal definidos. Mantive, pois, o silêncio. Seguiram-se exames e procuras, confirmações e novas dúvidas.

A tranquilidade jamais me abandonou. Procurei e encontrei inspiração para modestos escritos. Procurei e encontrei novas tonalidades na paleta da Natureza para enriquecer as imagens que desejei partilhar com meus amigos. E o tempo que passa foi seguindo o seu constante caminhar.

“Tumor maligno na próstata. Perfeitamente localizado. Dimensões reduzidas. Corpo Limpo.”, este o diagnóstico. A solução? Cirurgia radical. Avancemos, então, sem hesitações. Tranquilidade, confiança, esperança.

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