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domingo, fevereiro 20, 2005

a mata e o mar

Vivemos um estranho Inverno neste Portugal que sempre nos habituou a estações do ano bem desenhadas e de características climatéricas bem definidas. No caminho para este Inverno de 2005 quase que não sentimos o Outono, as árvores perderam as folhas, mas aquele amplo tapete castanho e doirado que formam as “folhas caídas” não demos por ele. Também na caminhada que já fazemos para a Primavera, tardam os cambiantes de tons vivos que tanto animam nosso olhar. O acacial cobre-se timidamente de amarelo e a flor do tojo, um pouco mais torrada no seu amarelo também tarda.

Faltou-nos a chuva essa dádiva da Natureza que este ano nos foi negada.

Se as chuvas ainda chegarem, vão encontrar a maioria das semente mortas que, por isso, jamais virão a germinar. Contudo, há muito que Portugal foi espoliado das suas sementes mais fortes, subjugando-se à vontade da Europa em troca por “migalhas” e. essas mesmas, directamente para os bolsos dos “chulos” da nossa sociedade.

Mas enfim... Na busca de tranquilidade vamos lançar um olhar contemplativo à mata e ao mar.




Comments:
Caro Víctor

Gostei da sua alusão aos "chulos deste país". Que bom que ainda há compatriotas que têm a lucidez de reconhecer quais são os nossos verdadeiros males!
E, no entanto, amo tanto a minha Pátria!Talvez porque os gigolôs que nela têm raízes me forçaram a ter de emigrar...
A propósito: essa foto na praia - é a praia da Crismina, perto do Guincho?
Chamo-me Manuela, sou engenheira portuária e trabalho no porto de Paranaguá, Paraná, Brasil.

Minhas cordiais saudações

Manuela Oliveira
 
Querida Manuela
Sinto-me feliz por me estar a ler em Paranaguá, nesse Brasil que tanto admiro.
Sabe? Já passaram 3 anos desde que escrevi esse texto e a realidade em Portugal lamentavelmente se mantém.
Esta imagem é da praia da Fonte da Telha, concelho de Almada, na margem sul do tejo. É um local maravilhoso.
Beijinhos.
 
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