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quinta-feira, março 10, 2005

chegaram as andorinhas a valle do rosal

Manhã cedo, ao inspirar os primeiros odores com que a Natureza me presenteia diariamente aqui em Valle do Rosal, odores de rosas, claro, mas igualmente dos jasmineiros, fui surpreendido pelo chilrear de uma andorinha que em voos, ora circulares, ora rectilíneos, me parecia querer saudar.

Fiquei feliz por saber que as andorinhas já estavam de regresso após o afastamento durante uma invernia agreste, não tanto pelas chuvas que primaram pela sua ausência, mais pelas temperaturas baixas e pelos ventos polares, cortantes que penetram nosso corpo até à alma.

Mas heis que de novo elas ai estão. Não chegaram ainda todas, muitas não conseguirão sequer vencer a longa caminhada que têm anualmente que realizar. Os dias bonitos de Fevereiro não foram condição suficiente para que a viagem se tivesse realizado no tempo habitual. O atraso ficou, por certo, a dever-se à circulação atmosférica superior que não foi propícia.

Esta primeira andorinha a chegar, sem dúvida uma atleta de fundo, é a indicação que as suas companheiras de viagem não tardarão. Daqui a pouco regressarão todas as que já cá estiveram e que resistiram à longa caminhada. Algumas terão perecido perante os escolhos de uma longa viagem, as intempéries, os predadores, a malvadez do ser humano. Contudo, a maioria regressará ao seu local de nascimento ou aos ninhos em que foram progenitores.

Na sua resposta aos desígnios da mãe Natureza nem sequer sabem a alegria que me dão em vê-las de novo no seu característico voo e labor para uma nova estadia por estas bandas. A partir de agora será a alegria, a animação dos seus voos e a musicalidade dos seus piares, a labuta para a recuperação dos ninhos e para a construção de novos que irão albergar a família aumentada.

Vamos conviver com elas durante alguns meses, especialmente com as que vivem nos ninhos da vizinhança.

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