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segunda-feira, março 28, 2005

nocturnos sentires

Na Primavera, depois da hora do pôr-do-sol, quando o negro da noite começa a invadir o espaço de Vale do Rosal, o ambiente anima-se com novos movimentos e sons que à luz do dia se não verificavam. As aves nocturnas animam o tempo a partir daí e até alta madrugada com os seus piares agudos e frequentes voos de caça.

Em tempo de lua cheia é um encantamento fazer a contagem das silhuetas das aves que nos seus voos contrastam com a luminosidade lunar. Podem, inclusive, ser vislumbrados bandos migratórios que usam as horas nocturnas para efectuarem as suas deslocações de maior distância.

Os olhos das aves nocturnas, colocados na posição frontal, são redondos e amplos e contém em si muito mais células foto-sensíveis do que qualquer outra ave. O desenho característico das faces ajuda a conduzir mais som aos canais auditivos: Têm uma visão e uma audição extraordinárias.

Ligados, desde sempre, ao mistério, ao extrasensorial e ao sobrenatural estas aves incomparáveis continuam com forte presença no nosso imaginário. Não raro damos por nós a idealizar como serão as suas secretas vivências e que conhecimentos profundos terão acumulado no decorrer dos tempos.

Quando os oiço piar nas tranquilas noites da Primavera, no caminhar para o Verão já tão perto, sinto um desejo profundo de melhor os conhecer, de decifrar o sentido do seu misterioso olhar. De conhecer o significado dos seus voos e dos seus piares.

Piuuuuu! Piuuuu! Piuuuu!

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