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segunda-feira, maio 23, 2005

ser europeu

Sou português e europeu. Gosto do meu País e do continente em que nasci. Julgo que gostaria de ser cidadão de qualquer outro país se em Portugal não tivesse nascido e não renegaria asiático ser mesmo que com isso, naturalmente, tivesse os olhos em bico. Igualmente não me preocuparia se a tonalidade da minha pele fosse ainda mais escura, mesmo de total negritude. O que para mim é mais importante é VIVER.

É assim que quando viajo não vou “fazer turismo” ou conhecer sítios e gentes “exóticos”. Quando viajo, quando permaneço em qualquer país do Mundo, o meu desejo é conseguir ser um como os de lá. Sentir o que sentem, viver como vivem.

A Europa, como qualquer outro continente, tem a sua identidade própria, a sua história que dá conta da permanente evolução, do “caminhar sempre para a frente” dos países que a constituem. Mesmo que alguns tenham desaparecido e outros emergido, o caminhar natural é o de cada vez melhor a cultura das gentes se adaptar ao solo.

Em todos os tempos e em todas as épocas gente houve que pretendeu conseguir a hegemonia de algo que vale pelas diferenças, pela multiplicidade de hábitos e costumes. Cada grupo encontrou para conseguir esse objectivo as mais diversas justificações: religiosas, económicas, sociais e, até, de pureza de raça.

Hoje, um tempo mais para voltarmos a essa ânsia de hegemonia política, em que mais do que um solo e gentes que o vivem se pretende que a Europa seja uma construção política, fictícia, assente em objectivos imperialistas acerca dos quais determinados grupos elitistas de seres humanos nunca perderam o querer.

Julgo que uma vez mais o ser humano, manipulado por ideias que não existem no seu íntimo de viver, encaminha-se para o precipício e para a destruição. Que elevadas contas não pagaram os povos conduzidos pelos imperialistas gregos e romanos, pelos loucos napoleónicos ou pelos nazis hitlerianos? Que a história nos ensine a impossibilidade real da construção política de um espaço que não se consubstancia no correspondente território. As gentes e o solo dirão sempre a última palavra como, aliás, sempre o fizeram.

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