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sábado, setembro 03, 2005

a banda do cidadão em acção

Os recentes e dramáticos acontecimentos verificados nos estados de Alabama, Mississipi e Louisiana, por efeito do furacão Katrina, levou-nos a recordar um texto elaborado alguns anos atrás onde se punha em evidência a importância da Banda do Cidadão, comunicação de todos, nas acções de grande emergência.

O texto que publicamos hoje na Oficina das Ideias não obsta a que oportunamente façamos e partilhemos uma meditação política sobre o assunto, por inconcebíveis que são os efeitos sociais deste dramático acontecimento em populações de um país que se apregoa a si próprio como paladino da Democracia e da Liberdade.


A Banda do Cidadão inimiga dos furacões

A ilha Dominicana nas Caraíbas tem a funcionar desde há alguns anos um sistema de radiocomunicações de emergência baseado em equipamentos de rádio CB, em estreita ligação com as entidades de socorro e de segurança da zona.

Para muitos amantes das radiocomunicações as deslocações que fazem à Dominicana não são para férias como a maioria das pessoas. Na sua bagagem em lugar dos calções de banho e da loção bronzeadora levam muitos quilogramas de material electrónico, de equipamentos emissores receptores, de antenas.

Voluntariamente deslocam se à ilha Dominicana para estudarem quais os equipamentos mais adequados por forma a ser possível estabelecer contactos rádio para o exterior da ilha, especialmente em época de crise.

A ideia nasceu em 1979, quando estações de rádio CB da costa americana receberam sinais rádio de fraca intensidade que eram concretamente pedidos de socorro. O furacão David tinha atingido violentamente a ilha Dominicana deixando 60 000, das 80 000 pessoas que constituem a população da ilha, sem casa e provocando 4 000 feridos e 40 mortos.

Só mais tarde, em 1985, foi possível encontrar apoios financeiros numa grande empresa multinacional fabricante de computadores, que permitiram modificar as condições, ficando a ilha Dominicana melhor preparada para enfrentar situações de emergência que viessem a verificar se no futuro.

Trabalhando conjuntamente com os cebeístas locais os seus colegas americanos desenvolveram um sistema de "ajuda rádio" ao qual aderiram muitos amadores das radiocomunicações, constituindo uma comissão de emergências na Dominicana.

A dinâmica introduzida pelos utentes da Banda do Cidadão conduziu a que outras entidades avançassem com propostas complementares absolutamente necessárias à concretização de um projecto global.

A Agência Internacional para o Desenvolvimento custeou um programa de treinamento em primeiros socorros o que na época teve efeitos altamente positivos, pois os bombeiros, que também são responsáveis pelo serviço de ambulâncias, nunca tinham tido cursos sobre técnicas de primeiros socorros.

Numa fase seguinte foi possível equipar os quartéis de Bombeiros, assim como algumas viaturas, com rádio CB dando lhes uma maior operacionalidade, pois até aí só poderiam ser informados, por exemplo, onde era o outro fogo, após terem regressado ao aquartelamento depois da resolução de um primeiro.

A própria Cruz Vermelha viu aumentada em muito a sua operacionalidade, tendo, inclusive criado um corpo de voluntários para condução de ambulâncias e com preparação em socorrismo.

Hoje em dia, fruto da sua situação geográfica, os ciclones e os tufões continuam a verificar se, mas a ilha Dominicana e as sua gentes encontram se muito melhor preparados para deles se defenderem.

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