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sábado, outubro 22, 2005

sentir o povo que vive

O Fotógrafo e a Escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


O Fotógrafo regressa ao Recife

O tempo que passa é mesmo assim. Quando olhamos o pretérito, o tempo parece espalmar-se reduzindo os acontecimentos à espessura de uma folha de papel. Parece ter sido ontem, mas há muito que o Fotógrafo se retirou das suas andanças pela calçada recifense na doce companhia da Escritora.

Regressou agora onde, no seu sentir, parece nunca se ter ausentado. O tempo pesa-lhe já nas pernas cansadas, o fogo da vida sempre vai consumindo energias na sua inexorável combustão avivada pelos sentires mais profundos.

Passa pela rua do Bom Jesus na zona mais antiga do Recife e espanta-se por ver no expositor de um dos muitos caricaturistas que por ali desenvolvem a sua arte, a sua própria caricatura. Folheia mais duas ou três gravuras e encontra a caricatura da Escritora.

Sente um daqueles arrepios que é premonição pura. Sabe que mais tarde ou mais cedo se irá encontrar com a Escritora de quem vai tendo notícias fugazes. Sabe dos projecto que esta tem vindo a sonhar com a criançada na pintura de maravilhosos murais

O seu olhar espraia-se pelas fachadas dos edifícios de arquitectura colonial e tem ali à sua beira a rua dos Judeus onde em 1637 foi construída a sinagoga Kahal Zur Israel desactivada poucos anos depois e reaberta ao público quase três séculos e meio depois, no ano de 2001.

Bem perto situa-se o Marco Zero. O Fotógrafo sente-se atraído por esse local para onde se dirige a passos lentos. Já mais perto estuga a passada. No Marco Zero os braços abertos da Escritora esperam por ele para um afectuoso enleio.

_Sabia que voltarias!
_Sabia que me esperavas!

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