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sábado, outubro 29, 2005

sentir o povo que vive

O Fotógrafo e a Escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


Uma ausência sentida

Bem perto situa-se o Marco Zero. O Fotógrafo sente-se atraído por esse local para onde se dirige a passos lentos. Já mais perto estuga a passada. No Marco Zero os braços abertos da Escritora esperam por ele para um afectuoso enleio.

_Sabia que voltarias!
_Sabia que me esperavas!


De tanto que têm para contar um ao outro resulta um silêncio profundo. A Escritora recorda em imagens contínuas largos meses de partilha de realizações literárias e artísticas, mas especialmente de sonhos e de sentires. O Fotógrafo parece estar a assistir a um filme de quereres nas recordações que a Escritora desbobina em sua mente.

Quantas vezes isso não aconteceu antes? Quando o que um escrevia era o que o outro estava pensando. Quando um fotografava resultava a imagem que o outro tinha em mente.

Quiseram falar, contar dos acontecimentos ocorridos no espaço e no tempo em que não tinham caminhado lado a lado pela calçada acima. Começaram a falar os dois ao mesmo tempo, numa excitação de tempo não perderem. Mas afinal o tempo passado estava totalmente espalmado no espaço.

Somente sorriram pelo encanto do reencontro...

Apoiados na vedação lateral da ponte Princesa Isabel sentiam o curvar do Rio Capibaribe e deixavam espraiar o olhar para o amplo leito do rio, que já tivera melhores dias quanto à qualidade da água mas que um dia dele a Prefeitura iria cuidar.

A Escritora continuava com a sua acção junto da criançada a quem através da arte de rua lhes ia dando formação base da maior importância do campo da defesa do ambiente. Uma destas crianças poderá um dia vir a ser um consciente Prefeito desta maravilhosa “Veneza do Brasil”.

O Fotógrafo continuava a deixar-se embalar no sonho de um Mundo melhor, fotografando os pôr-do-sol, sempre prenúncio de uma nova alvorada, um raiar de luz e de esperança que há que preservar e defender.

_Senti muito a tua ausência!
_Realizo o meu sonho com a tua presença!

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