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sábado, dezembro 03, 2005

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


“Convoquem a Alma” (*)

O Fotógrafo pegou suavemente no cotovelo da Escritora...

_Está a apetecer-me beber uma Skol bem gelada, que tal?
_Maravilhosa ideia a sua. Vamos!

...............

Este simples gesto, este breve contacto físico entre o Fotógrafo e a Escritora, foi canal de comunicação de intenso fluxo de energia, suficiente para dar uma especial musicalidade ao fim-de-tarde recifense, cálido e sereno como tantas vezes acontece na tropicalidade da geografia universal.

Na verdade, mesmo sem aquele “pegar suavemente no cotovelo”, os falares e os silêncios entre o Fotógrafo e a Escritora resultam sempre numa transmissão nos dois sentidos de magnetismo que inspira a imaginação criadora das mais belas imagens e de carreirinhas de letras que logo logo se transformam em belos e sentidos poemas.

A luminária que inunda a Praça e a calçada, quer a multicolorida da animação dos botecos e de outras lojas, quer a que emana das lanternas que outrora funcionaram a azeite e a gás e que hoje lançam fachos de prata sobre o passeantes, retiram laivos argênteos dos cabelos do Fotógrafo e dão mais rosa aos lábios floridos da Escritora.

Aqui e ali, um menino cruza-se com os dois passeantes e sorri abertamente para a Escritora reconhecendo nela o seu “anjo da guarda” que em determinado ponto do seu crescimento o chamou para a realidade da vida e lhe incutiu sentires de cidadania, pela defesa do ambiente, pelo desenvolvimento do espírito criativo e artístico, dando-lhe rumo diferente do deambular inconsequente pela calçada.

_Minha querida Amiga... tenho aqui uma surpresa para si, enquanto fazia esta afirmação o Fotógrafo retirou de dentro da sua maleta de tiracolo um livro que colocou nas mãos da Escritora.
_”Convoquem a Alma”?
_Sim... vai poder aprender como o “Vinho do Porto é a forma divina de armazenar energia”...


(*) Convoquem a Alma, de Fernando carvalho Rodrigues, Publicações Europa-América

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