Partilhar
sábado, fevereiro 18, 2006

este livro que nos deixou...

Foi considerado um poeta menor, pela carência de estudos de regularidade e caderninho, , no entanto a sua poesia contém um elevado âmbito moral e um exteriorizar de aspirações sociais exemplares. De tal forma assim é, que as suas simples quadras publicadas nos anos 40 do século passado mantêm total actualidade.

Teria sido um poeta inspirado de premonições prenhe? Teria a sociedade estacionado na sua evolução ou regredido? O sentir dos seres humanos detentores do poder será sempre semelhante, independentemente da evolução tecnológica e do saber?

“Não acho maior tortura
Nem nada mais deprimente,
Que ter de chamar fartura
À fome que a gente sente...”


Viveu numa sociedade fortemente policiada, iludia naturalmente essa vigilância, pela sua modéstia, homem do povo, que nunca foi considerado socialmente “perigoso” pela polícia do estado, nem pelos “bufos” das vizinhanças. As condições de vida do Povo português faz com que os seus simples versos continuem a espelhar a nossa sociedade.

Cauteleiro e guardador de gado, andava de feira em feira por conta dos patrões e aí expressava publicamente os seus cantares populares e as quadras de sua autoria repentista. Nunca resistiu a um desafio de um amigo que logo servia de mote a uma crítica ou contestação.

“De vender a sorte grande,
Confesso, não tenho pena;
Que a roda ande ou desande
Eu tenho sempre a pequena.”


António Aleixo, o Poeta, foi editado em 1969 e 1970, duas edições de “Este livro que vos deixo....” que depois de ter sido “top” de vendas durante diversas semanas seguidas nas principais livrarias do País, esgotou.

A Editorial Notícias deu ao prelo uma nova edição, em dois volumes, que inclui, igualmente, um excelente trabalho de Joaquim Magalhães intitulado “Esboço de Retrato do Poeta Aleixo”. Esta Oficina possui a 18ª edição do Volume 1, (Maio de 2003) e a 13ª edição do Volume 2, (Maio de 2003).

“a coádra tem pouco espaço
mas eu fico satisfeito
coando numa co-ádra faço
Alguma cousa com jeito”


Nota: O Poeta Aleixo nasceu em Vila Real de Santo António em 18 de Fevereiro de 1899 e faleceu em 16 de Novembro de 1949.

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?