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terça-feira, fevereiro 21, 2006

minha terra é meu sentir

Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho


De amarelo vestida

Os primeiros sinais de que a Primavera se aproxima vêm trajados de tonalidades de amarelo que animam os campos e as matas logo ao tempo da alvorada. Flores do trevo que despertam aos primeiros raios de sol, mais a puxar para o amarelo torrado as resistentes flores do tojo e as acácias arbóreas que são as primeiras a floris.

Nas veredas que de Valle do Rosal descem até à orla marítima, em tempos idos percorridas pelos romeiros e pelos frades dos conventos vizinhos, agora caminho de veraneantes na procura das salsas ondas do mar, o amarelo é rei das cores da paleta do pintor da Natureza.

Mesmo com o fresco húmido das manhãs do litoral caminhar em tão colorido ambiente deixa-nos extasiados perante tão belo quadro, cujas pinceladas são festejadas pelo chilrear permanente da passarada que teima em nos acompanhar.

Em voo rasante, uma andorinha, a primeira a chegar a Valle do Rosal, verdadeiro corredor de fundo que anualmente repete a proeza, saúda-nos com um piar mais forte, como dizendo: _Aqui estou, já cheguei cumprindo a minha anual predestinação. Mais tarde chegará o bando do costume ano a ano aumentado com os filhotes da mais recente geração e com a falta de uma ou outra que não resistiu à dureza da viagem.

O quadro está composto. Em fundo de azul, nas diversas tonalidades de céu e de mar, o pintor sobrepôs o verde escuro e outro mais vivo do arvoredo da mata e do acacial. Depois acrescentou-lhe muito amarelo do floral da época. Finalmente uma pincelada de preto, a andorinha, mais belo contraste do que ouro sobre azul.

Este pintor é magnífico pois deu viver a uma andorinha vinda das terras do muito longe.

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