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sexta-feira, fevereiro 24, 2006

o alerta dos melros do pinhal

O melros andam num desassossego inusitado, muito diferente da sua habitual animação de fim de tarde quando iniciam o seu ciclo de comunicações de recolher lançando estridentes piares cujo som atinge dezenas de quilómetros. As ordens são de recolher, mas antes do horário habitual e com sinais de grande emergência.

Olhando para Nascente poder-se-á encontrar a explicação, mesmo que parcial seja, pois o firmamento apresenta-se de negro profundo, indicativo de chuva forte, quiçá de trovoada que transformará o final de tarde em momentos de tormenta.

A intensidade e a frequência dos estridentes guinchos, quem diria que dos mesmos bicos nascem em tempos de bonança maviosas sonoridades, aumentam a cada momento. Os voos são cada vez mais rápidos, numa retirada extemporânea e apressada.

Curiosamente do lado Poente, lá em baixo espraia-se o mar azul que vindo da linha do horizonte vem beijar as doiradas areias das praias, o céu está azul e sem nuvens. Isso leva a que a luminosidade do fim de tarde seja muito estranha, contrastes fortes de tonalidades de cor e marcados espaços de preto e branco.

De súbito deu-se uma acalmia meteorológica e, do mesmo modo, da agitação dos melros. Estes últimos haviam encontrado os seus ninhos onde se acolheram. Passados instantes foi a violência do temporal que tomou o lugar da acalmia momentânea. O sentido apurado das avezitas tinha evitado danos maiores.

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