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segunda-feira, fevereiro 27, 2006

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


“Cair” no Papangu

Manhã cedo, o encontro marcado para o Pólo Multicultural, situado no Marco Zero da cidade do Recife, teve muito de simbólico para a época carnavalesca que atravessamos. Na noite anterior o grande sambista Belo Xis foi o responsável pela abertura da noite do samba, no Carnaval recifense. Depois de abrir, o show de Ivone Lara e Beth Carvalho, Beto Xis e seus convidados - Ramos Silva, Wellington do Pandeiro e Paulo Varejão - proporcionam uma bela apresentação aos amantes do samba.

Pela primeira vez o carnaval recifense dá importância ao samba para gáudio de muitos dos seus amantes, sem contudo, colocar de parte a tradição musical e carnavalesca da região, especialmente, o frevo, maracatu, caboclinho, ciranda, coco, samba, rock, reggae e manguebeat.

A Escritora viu aproximar-se um pequeno carro azul, descapotável, reconhecendo de imediato o Fotógrafo pelo cabelo cinza esvoaçante.
_Bom Dia querida amiga, convido-a para aquela viagem de que tínhamos falado...
_Não me diga que vamos mesmo até Bezerros.
_Nem mais! Não me esqueci do seu desejo de “mergulhar” na tradição da terra onde nasceu uma Escritora faz alguns anos...
_Sabe que vamos ter por lá um bom encontro?
_Palavra?
_Sim... vamos lá ter a participação do João Paulo....

Seguiram viagem, curta viagem no sentir brasileiro, distância significativa para a dimensão portuguesa, de pouco mais de 100 quilómetros até à cidade de Bezerros. Consagrada como "a terra dos papangus", a cidade de Bezerros tem uma cultura que vai além da brincadeira de mascarados no Carnaval. Conhecido como a “Folia do Papangu” é um carnaval temático em que a tradição diz que os foliões devem fazer as suas próprias fantasias sem conhecimento dos outros. Sendo assim, todos devem ficar sob o manto da máscara até o final da grande folia, realizada nos três dias de carnaval. As máscaras decorativas que enchem o Carnaval de Bezerros de cores são confeccionadas em papel machê. As peças são de todos os tamanhos. Algumas chegam a mais de cinco metros de altura.

Foi nesta cidade do Agreste Brasileiro que a Escritora começou os seus estudos no que nós chamávamos Escola Primária. Aqui nasceu e deu os primeiros passos a sua capacidade de transmitir sentires e afectos juntando harmoniosamente as palavras.

_Vamos “cair” na “Folia do Papangu”!, foi adiantando a Escritora num sorriso aberto enquanto o seu cabelo esvoaçava ao vento quente da manhã.
_Vamos mesmo, vamos viver a tradição.
_Quando chegarmos a Bezerros sai logo uma Skol super geladinha!!!!
_Pois.. sai duas logo!! Ahahahaa!


Ainda deu tempo na viagem para uma paradinha na BR-232. O lugar oferece uma rica exposição com obras de mais de 400 artistas pernambucanos. Confeccionados com técnicas e materiais diversos, os trabalhos mostram o que cada região tem de mais representativo no artesanato. O Centro também funciona como ponto de encontro de artesãos, oferecendo oficinas artes educativas, orientação para trabalhos em feiras, exposições e cursos de qualificação.

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