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sábado, maio 13, 2006

coleccionar com doçura

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente


Coleccionar pacotes de açúcar é comunicar

Cada dia que passa novos coleccionadores de pacotes de açúcar se dão a conhecer, quer através dos meios electrónicos que as tecnologias emergentes disponibilizam, quer comparecendo em tertúlias e encontros, que se vão realizando por esse País fora. Não raro, em encontros de coleccionistas, são os coleccionadores de pacotes de açúcar que aparecem em maior número.

Quando há alguns anos atrás, não muitos, pensávamos ser o “único” coleccionador de pacotes de açúcar, com o sentimento de que haveria algo de loucura envolvida nesta situação, não passaria pela cabeça, a cada um de nós, os milhares de coleccionadores que existiam e o crescendo de interesse por esta actividade de ocupação de tempos livres.

Alheio a este movimento intenso de interesse por coleccionar estes pedacinhos de papel, destinados a conterem açúcar para adoçar o café, ou o chá é evidente, não é o Clube Português de Coleccionadores de Pacotes de Açúcar, CLUPAC, que tendo criado uma “mailling list” através da qual os coleccionadores podem entre si, trocar informações, divulgar novidades, efectuar trocas, trouxe à ribalta muitos e muitos coleccionadores que se julgavam sozinhos neste meio de coleccionar.

Depois, está a grande divulgação que a “Viagem do Açúcar”, exposição temática e itinerante de pacotes de açúcar, outra iniciativa do CLUPAC, tem levado às escolas e a outros espaços públicos congregando à sua volta a curiosidade e o interesse de coleccionar, surgindo nas terras mais recônditas de Portugal novos coleccionadores.

Os meios electrónicos hoje em dia existentes propiciam uma grande interactividade entre os coleccionadores mas, em termos de comunicação entre as pessoas, nada substitui a comunicação pessoal para contrariar as verdadeiras intenções que a sociedade actual, no seu desenvolvimento mercantilista e egoísta, de criar fortes barreiras de incomunicação entre as pessoas.

Daí, a importância, cada vez mais sentida, de que os coleccionadores de pacotes de açúcar se encontrem e partilhem os seus conhecimentos, seja nas escolas num “furo” entre duas aulas, seja no café do bairro à volta de uma bica, ou cimbalino, fumegante, seja no local de trabalho “naquele” breve espaço reservado ao cafézinho.

Hoje serão cerca de trinta mil os coleccionadores de pacotes de açúcar em Portugal, uma em cada cem famílias portuguesas tem no seu seio um coleccionador. Somos muitos, na realidade. Representamos, além do mais, uma força com capacidade de exigir das entidades oficiais o apoio que é devido a quem, desinteressadamente, defende a ocupação dos tempos livres da nossa juventude com actividades saudáveis e de grande interesse cultural.

Na nossa unidade está, não tenho qualquer dúvida, a nossa força.

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