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quarta-feira, maio 24, 2006

número um

Hábito antigo de guardar os “número um” das revistas, quantas vezes o “número zero”, acaba por fazer história do que é publicado, dos êxitos editoriais e, igualmente, dos fracassos, mas é sempre registo dos tempos


Abril

No início do ano de 1978 surgiu nas bancas uma nova revista que dizia “...pretender ser uma revista de reflexão socialista abrangendo o campo político, o campo cultural, o campo social e o campo económico”. E acrescentava “Procurará, de modo claro, objectivo, preciso e pedagógico, contribuir para a formulação de uma alternativa socialista que vise uma transformação global da sociedade, tendo em conta as realidades concretas da vida portuguesa e o tempo histórico em que vivemos”.

Na época em que a revista sai do prelo vive-se em Portugal uma crise institucional que já vem desde finais de Outubro de 1977 quando o PS e o seu I Governo Constitucional começa a levantar a hipótese de dialogar com todas as forças políticas e sociais de modo a chegar a uma plataforma política, económica e social com todas ou algumas dessas forças. Daí para a frente e durante cerca de três meses foi um constante deslizar para a direita.

O N.º 1 da revista “Abril” foi publicado em Fevereiro de 1978, propunha-se vir a público na primeira sexta-feira de cada mês, com um preço de capa de 25$00, tendo como director Eduardo Prado Coelho, sendo a propriedade da associação de Cultura Fraternidade Operária.



Do conteúdo do Número Um da revista ABRIL salientamos:

CDS de “oposição civilizada” a partido do poder
PSD a táctica do PS no Verão de 75?
Caso Edmundo Pedro, também o PS teve o seu “capitão Fernandes”
PCP a solução táctica em fase de crescimento
Tráfico de armas, o que foi feito do estado de direito?
Desintervenção da Facar, o golpismo vence a legalidade
Convenção da esquerda socialista e democrática
Otelo evitou a guerra civil em Portugal


Sobre a desintervenção da Facar é feito o seguinte destaque na revista “Abril”:
De todas as desintervenções levadas a efeito pelo “Governo PS”, o caso da empresa FACAR de Leça da Palmeira é talvez aquela que se apresenta como a mais significativa da política liberal, isto é, política de incentivo à gestão capitalista da economia, que o I Governo de Mário Soares, prosseguiu.

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