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sexta-feira, junho 30, 2006

a minha opinião

O pessoal da Oficina está atento à actualidade política e social de Portugal e do Mundo. Aqui partilham o seu pensar através da minha análise modesta mas interessada


Governo Virtual

O governo da Nação anunciou, com pompa e circunstância, com encenação teatral à boa maneira empresarial, a disponibilidade gratuita de 10 milhões de caixas electrónicas de correio, numa parceria com a empresa estatal Correios de Portugal.

Entretanto, não foi anunciado pelo governo, mas posto à evidência pelos jornalistas, de que somente 150 estações de correio estão equipadas com acesso à Internet e, além disso, em metade dessas não está a funcionar em condições técnicas aceitáveis.

Ao ouvirmos estes anúncios frenéticos sobre a utilização generalizada das tecnologias emergentes, o tal “choque tecnológico”, sobra, efectivamente, a dúvida se o governo conhece o País que (des)governa ou se se limita a debitar ideias e iniciativas de figurino global, o que passada a fase do anúncio, do espectáculo mediático, no mais puro estilo de “propaganda”, nunca mais terá aplicação real, até ao esquecimento.

De anúncio em anúncio, outro feito no dia anterior, um outro no dia seguinte, somos levados a “embarcar” em logros sucessivos, mentiras, falsidades, traições que colocam Portugal, cada vez mais, na posição de caixote do lixo da Europa, sempre com o discurso governamental de “a bem da Nação”, perdão de “na defesa do Povo”.

Regressando ao assunto das caixas electrónicas de correio, que segundo o mesmo discurso governamental, já recebeu a adesão de empresas de referência e de muitas pessoas não poderemos deixar de referir que mais do que cinquenta por cento da população portuguesa activa não conhece minimamente o que é informática, microinformática, Internet, correio electrónico. Dos que conhecem esta terminologia, muitos têm conhecimentos rudimentares.

As ditas “empresas de referência” são aquelas que fazem parte de uma “mão” empresarial que o governo sempre utiliza em situações similares.

É assim que de uma forma palavrosa, discursos sem conteúdo real, virtual discurso apropriado para o uso das tecnologias emergentes como arma da “propaganda”, se vão passando para segundo plano os reais problemas da sociedade portuguesa e se ignora a letra e o espírito constitucionais.

São escamoteados da agenda política, dos órgãos de informação, da opinião pública assuntos tão importantes para a sociedade portuguesa, para o nosso desenvolvimento económico e social como são os relacionados com a assistência na saúde cada vez mais deficiente, do ensino onde surgem polémicas a cada dia que passa, da justiça onde continua a não ser encontrado o equilíbrio.

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