Partilhar
domingo, julho 09, 2006

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


Na Feira Franca

Manhã cedo, mal a aurora dá os primeiros sinais, todos aqueles que pretendem instalar os seus “panos de chão” para exporem as velharias para venderem vão procurar o espaço no terreiro que mais esteja à vista dos passantes. Quanto mais perto dos caminhos traçados no jardim melhor.

O Fotógrafo sempre sentiu muito encantamento pelas peças utilitárias e decorativas que encerram em si próprias uma estória da vivência dos seus proprietários. E aqui neste terreiro de feira mensal que pretende recuperar o espírito de feira franca pode satisfazer esse seu desejo de saber e de sentir.

Assistiu à chegada dos vendedores, muitos deles que vêm pôr à venda bens próprios para os quais já não têm espaço em suas casas, escolhem os melhores lugares estendem os panos e dispõem as peças a vender. Entretanto, aguarda a chegada da Escritora com quem tinha combinado uma caminhada matinal neste espaço de sonho.

_Minha querida Amiga, que bom ter vindo...
_Sabe que gosto da sua companhia e que este convite envolve muitos aliciantes. Este espaço é maravilhoso.
_Temos aqui muitos livros interessantes... e peças decorativas bem antigas.
_Vamos ver tudo isto, calmamente...

Tudo ali se pode encontrar à venda. Basta levar uma ideia ou comprar de improviso. Estanhos e bronzes, candeeiros à petróleo e máquinas fotográficas do início do século passado, utilidades e inutilidades, tanta coisa... E muitos livros.

_Querida Escritora já viu estes livros bem antigos?
_Olhe, repare... este livrinho dobre o poeta Bocage...
_Sim sim... é curioso, trata-se de uma primeira edição de um trabalho sobre a vida de Bocage da autoria de Hernani Cidade...
_Editado no Porto em 1936... que maravilha.
_Além de tudo inclui cinco fotografias de poetas da época de Bocage e com que ele interagiu...


Não resistiram ao apelo “bocagiano”, adquiriram o livrinho que vai fazer o encantamento de quem gosta da obra e quem se inspira nas vivências de José Maria (Barbosa du Bocage).


obra referida: Bocage, de Hernani Cidade, Lello & Irmão, 1ª edição 1936

Comments:
Bocage entre outros.. muito inspiração!!
um beijo especial..
 
Doce Lualil. Pouco a pouco o espólio bocageano vai aumentando aqui na Oficina. Um beijo.
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?