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quarta-feira, setembro 13, 2006

as catástrofes de inverno previnem-se no verão

O Verão aproxima-se do seu ocaso, anunciam-se tempos de chuvas, quiçá de tempestades. No dizer das entidades oficiais terminou a época dos fogos. Ou será das “ignições”? Palavra da nova moda dos falares governamentais. E o que se fez para prevenir os efeitos das enxurradas, dos temporais que se aproximam?

Já lá vão mais de vinte anos que, numa deslocação que realizei à Ilha da Madeira, tive a oportunidade de visitar os Serviços Regionais da Protecção Civil que há época se localizavam no Parque das Magnólias em pleno coração da cidade do Funchal.

Das longas conversas que mantive com o responsável destes serviços sempre recordo o cuidado com que eram estudados os dados regularmente recebidos dos postos meteorológicos instalados na serra e considerados vitais para o estabelecimento das medidas de vigilância e prevenção contra os fogos florestais.

Na realidade sentia-se existir uma preocupação acrescida relativamente ao valor incalculável do património natural da serra que havia que preservar a todo o custo. Nesse sentido os dados observados e as previsões respeitantes às temperaturas e à humidade relativa determinavam as medidas a tomar a cada momento.

Vinte anos passados somos surpreendidos pelas notícias, escamoteadas durante algum tempo e agora tornadas públicas, de que o serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) fez orelhas moucas aos sucessivos alertas dados pelo Instituto de Meteorologia quanto à situação previsível de agravamento das condições climatéricas que potenciariam a verificação de fogos florestais.

Quer queiramos quer não, pese as verbas despendidas pelo SNBPC, estes serviços não funcionam, nada coordenam, respondem tardiamente e mantêm-se no alto da sua incompetência e inépcia defendendo os seus “patrões”.

Não fora os serviços Municipais de Protecção Civil, dependentes das autarquias e o sofrimento das populações seria bem maior. É o Poder Local, considerando aqui também o trabalho abnegado dos BOMBEIROS que ainda resolve os problemas deste País. É esse Poder Local que sofre sucessivos ataques à sua independência financeira que resultarão na redução da operacionalidade.

Neste País as pérolas continuam a ser dadas aos porcos, sem ofensa para os bácoros e outros animais.

Comments:
É inacreditável uma situação dessas.Isso revolta !
Ligia
 
Querida Lígia. Revolta e indigna. O Povo tem direito à indignação, mas usa-o pouco. Beijinho.
 
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