sábado, setembro 16, 2006
tradição e cultura popular
A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório
Os Caminhos da Transumância
Amanhã começam a descer os rebanhos de ovelhas desde a serra até ao povoado, passada que foi a sua caminhada pelo alto das serranias onde os pastos verdejaram em tempo de estio, contrastando com o sequeiro das terras baixas.
Vão a partir de agora, por algum tempo, tanto quanto as condições climatéricas o exigirem, ficarem confinados nos redis onde se alimentaram com as chamadas “forragens de Inverno”. É tempo de descanso dos pastores e dos cães de pastoreio, das suas longas caminhadas na serra agreste.
Já hoje se festeja os tempos que se aproximam. Pelos “caminhos da transumância” milhares de forasteiros vêm receber a partilha das gentes da terra, das suas louvações e das suas festas pagãs, dedicadas ao Equinócio de Outono, tempo de recolhimento, dos medos e da incerteza da escuridão dos tempos.
Viajámos até Alpedrinha, no concelho do Fundão, onde os movimentos de transumância ainda são notórios. Tomam o sentido ascendente quando por alturas do S. João, em tempo do Solstício de Verão, se deslocam desde a Cova da Beira para os pastos das Serras da Gardunha e da Estrela.
Festeja-se agora a caminhada descendente, tempos de Equinócio de Outono, antecipado de alguns dias como é da tradição respeitando calendários de antanho, juntando o pagão ao religioso como é próprio do Povo.
Nas ruas estreitas, empedradas e irregulares, o ritmo do gado ovelhum em transumância é marcado pelos chocalheiros, com seus enormes chocalhos pendurados à tiracolo, não faltando o “homem dos guizos” que os cães de pastoreio da serra usam para assinalarem a sua presença.
Além da função prática das transumâncias na obtenção de alimentação fresca para os gados, dela sempre resultou, desde tempos imemoriais, a união entre gentes e culturas que hoje se reconstitui entre os presentes nos festejos oriundos de diversas regiões do País e de muitas partes do Mundo. É o reencontro dos próprios filhos da terra que há muitos partiram em migrações de procura de uma vida melhor.
Momentos mágicos, evocações dos sons e dos sentires de outras épocas, são vividos quando rua abaixo se deslocam os chocalheiros, os zabumbas e outros executantes de sonoridades da transumância: pífaros, gaitas de foles, bumbos de pele...
Os Caminhos da Transumância
Amanhã começam a descer os rebanhos de ovelhas desde a serra até ao povoado, passada que foi a sua caminhada pelo alto das serranias onde os pastos verdejaram em tempo de estio, contrastando com o sequeiro das terras baixas.
Vão a partir de agora, por algum tempo, tanto quanto as condições climatéricas o exigirem, ficarem confinados nos redis onde se alimentaram com as chamadas “forragens de Inverno”. É tempo de descanso dos pastores e dos cães de pastoreio, das suas longas caminhadas na serra agreste.
Já hoje se festeja os tempos que se aproximam. Pelos “caminhos da transumância” milhares de forasteiros vêm receber a partilha das gentes da terra, das suas louvações e das suas festas pagãs, dedicadas ao Equinócio de Outono, tempo de recolhimento, dos medos e da incerteza da escuridão dos tempos.
Viajámos até Alpedrinha, no concelho do Fundão, onde os movimentos de transumância ainda são notórios. Tomam o sentido ascendente quando por alturas do S. João, em tempo do Solstício de Verão, se deslocam desde a Cova da Beira para os pastos das Serras da Gardunha e da Estrela.
Festeja-se agora a caminhada descendente, tempos de Equinócio de Outono, antecipado de alguns dias como é da tradição respeitando calendários de antanho, juntando o pagão ao religioso como é próprio do Povo.
Nas ruas estreitas, empedradas e irregulares, o ritmo do gado ovelhum em transumância é marcado pelos chocalheiros, com seus enormes chocalhos pendurados à tiracolo, não faltando o “homem dos guizos” que os cães de pastoreio da serra usam para assinalarem a sua presença.
Além da função prática das transumâncias na obtenção de alimentação fresca para os gados, dela sempre resultou, desde tempos imemoriais, a união entre gentes e culturas que hoje se reconstitui entre os presentes nos festejos oriundos de diversas regiões do País e de muitas partes do Mundo. É o reencontro dos próprios filhos da terra que há muitos partiram em migrações de procura de uma vida melhor.
Momentos mágicos, evocações dos sons e dos sentires de outras épocas, são vividos quando rua abaixo se deslocam os chocalheiros, os zabumbas e outros executantes de sonoridades da transumância: pífaros, gaitas de foles, bumbos de pele...