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sexta-feira, dezembro 22, 2006

o mistério e a fantasia

Mitos e lendas, ou simplesmente uma curiosidade, a que o Povo dá dimensão de universal sentir e a Ciência procura a explicação que nem sempre é conseguida


Solstício de Inverno

Às 00 horas e 22 minutos de hoje começou o Inverno, coincidência astronómica com o Solstício de Inverno. O Solstício de Inverno marca a noite mais longa do ano no hemisfério Norte. Depois de se atingir o apogeu da noite inicia-se a decadência da escuridão, no caminho da luz, neste constante bascular do Universo.

As culturas europeias de época neolítica atribuíam grande importância a estas alterações nos ciclos do percurso do Universo, dedicando-lhes muitas construções megalíticas, ainda hoje discutindo-se se se tratavam de santuários ou de observatórios astronómicos. Ou de ambas as coisas em simultâneo. Quando tivemos oportunidade de visitar Stonehenge sentimos bem a força telúrica que emana deste monumento megalítico e todo o respirar esotérico.

A Primavera irá retornar em breve. Com ela virão os resultados do Solstício de Inverno, da união entre o masculino Sol e a feminina Lua, no esplendor do renascimento e da preservação da vida.

Os antigos ignoravam que existisse uma parte da Terra onde houvesse o Verão enquanto os europeus e asiáticos viviam o Inverno. Julgavam que o Solstício de Inverno marcava a época da mais longa noite para a Terra inteira.

Os ciclos solares eram então considerados uniformemente para todo o planeta Terra, o que dele se conhecia à época, pelo que consideravam o nascimento do deus Sol quando os dias começavam a crescer (Solstício de Inverno). A sua juventude era marcada pelo Equinócio da Primavera. O deus Sol atingia toda a sua força e pujança no Solstício de Verão, entrando depois na sua regressão de vida no Equinócio de Outono.

Entre os povos do Oriente, o sol nascente era representado por um menino no colo de uma Virgem celeste, sua mãe. Os egípcios, em especial, celebravam todos os anos, no Solstício de inverno, o nascimento do pequeno Horus, filho da virgem Isis, e sua imagem era exposta, num presépio à adoração do povo.

Foi no Império Romano que o Solstício passou a ser considerado em data fixa, tendo sido feito coincidir com o nascimento do “salvador da humanidade”, filho de Deus, e já não filho do Sol como as civilizações mais antigas consideravam. No ano 336 da nossa era, o imperador romano Constantino I, anunciou aos povos do Império, no decorrer dos festejos do Solstício da Luz, a nova religião, refazendo a história de forma adequada.

Quando Júlio César recorreu ao astrónomo alexandrino Sosígenes para refazer o calendário em uso à época e que se mostrava com muitas imperfeições, o dia 25 de Dezembro tornou-se, no novo calendário imposto ao império romano, como data oficial da festa que celebrava por toda a parte o nascimento do Sol, do Horus egípcio, do Mirtha persa, do Phebo grego e romano.

A Igreja quando se sentou no trono imperial um século depois, aproveitou a festa do Solstício de inverno, do menino Horus nos braços da Virgem Isis para transformá-lo em festa do Natal, que se comemora até aos nossos dias.

A nova religião, então, emergente, hoje conhecida por Cristianismo, foi beber ideais religiosos aos antigos escritos encontrados na Índia, no Egipto, nas escolas iniciáticas antigas e nos templos sagrados dos territórios para onde o Império Romano se fora expandindo.

O Solstício de Inverno era um momento comemorado por todos os povos e por todas as religiões, pois estava intimamente ligado ao ciclo do Sol na Terra. Representa o momento de máxima escuridão e o início do crescer gradual da luz que vai atingir o seu apogeu no Solstício de Verão. As civilizações mais antigas consideravam o Sol como sendo filho da Luz, que significava para aqueles povos a própria Vida.

Os druidas comemoravam o Solstício de Inverno como o dia da fertilidade. Muitas virgens escolhiam essa data para perderem a virgindade e muitas mulheres procuravam engravidar nessa altura. Entre os asiáticos, o Solstício era representado por um velho de barbas brancas e roupagem vermelho e branca (origem do actual Pai Natal?). Era a imagem de Deus na Terra e seria quem vinha trazer o seu filho Sol, no pensar desses povos.

Os Egípcios festejavam o Solstício com rituais que envolviam o cultivo de sementes e a fecundação. Os Indianos festejavam o Solstício com rituais do próprio corpo que contorcionavam para tomarem estranhas formas.

Os Maias criaram o seu próprio calendário usando o Solstício como ponto de partida, início do ciclo solar na Terra e com base no período de permanência máxima da radiação solar na Terra “desenharam” um calendário perfeito que vai até ao ano 2012.

Diz-se, hoje em dia, recorrentemente “que devemos fazer de cada dia um Dia de Natal”. Mas, na verdade, já os povos antigos defendiam que deveríamos comemorar o renascimento todos os dia, da luz do Sol à luz da Lua... com alegria, danças, frutas, flores, amigos... e ao luar, o AMOR!

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