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terça-feira, dezembro 05, 2006

segredos guardados no rio

O rio guarda os segredos da profunda paixão do velho Marinheiro, barba branca e cabelo desgrenhado, pela mais bela Ninfa do Tejo, olhos profundos e sorriso doce


O Sol e a Lua

Horas passaram num sono profundo que o levaram às terras do longe. Horas? Talvez mesmo dias ou anos, quiçá décadas, que esta coisa do tempo contado, não é mais do que uma medida, um registo que máquinas mais ou menos complicadas determinam. O tempo que passa esse é outro, é aquele tempo sentido, que tanto parece eternizar-se, como se escapa como a areia entre os dedos da mão.

Acordou o velho marinheiro quando o Sol que há tempos já lhe batia no rosto se tornou presente pelo calor que desenvolvia na sua pele tisnada. O Sol com quem sempre partilhou os dias. Com Lua sempre caminhou o encantamento das noites.

O murmúrio que o havia conduzido ao sono sonhado voltou a ouvir-se. Tinha a certeza que era o mesmo. Sabia da sua origem mas continuava a não vislumbrar o ente que tanto o maravilha no seu doce murmurar:

“_Não a vejo a minha janela [a Lua] mas sei que está lá! Assim com no meu ombro!”

e continuava:

“_De facto não sei qual o mistério, mas a Lua de Setembro é a mais bonita no ano. Em Sintra, no Monte da Lua, ela fica gigante!!! A Lua é sempre bonita, mas em Setembro é muito mais! Obrigado por partilhares a "tua" Lua!”

O velho marinheiro soergueu-se estremunhado, a esfregar os olhos, numa tentativa de vislumbrar o que os seus olhos se negavam em mostrar-lhe. O mar lá ao fundo estava tranquilo, quanto antes estava tormentoso. Era sempre assim... aquela maviosa voz acalmava-o e ao mar azul, profundo.

Desejou que assim fosse para todo o sempre. Que a máquina de marcar o tempo parasse no momento mágico em que a voz da mais bela Ninfa do Tejo murmurava: “_Meu querido!” Que o sentir do tempo que passa fosse duma lentidão tal que o Sol e a Lua fundissem o seu brilhar num luminoso raio de Esperança.

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