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terça-feira, dezembro 12, 2006

segredos guardados no rio

O rio guarda os segredos da profunda paixão do velho Marinheiro, barba branca e cabelo desgrenhado, pela mais bela Ninfa do Tejo, olhos profundos e sorriso doce


A partilha da Lua Setembrina

O velho marinheiro olhava com nostalgia os mares navegados e os tempos vividos na força da juventude, no muito querer, na paixão imensa, tal como a imensidão do mar que se agita com violência, para lá do areal, passadas a s hortas da Costa e as casas, recordações dos tempos de veranear, nas funduras da Arriba Fóssil.

Perdera a noção do tempo que passa, na espera, longa espera, de que a imagem da mais bela Ninfa do Tejo lhe seja devolvida pelo seu mar, para que quebre a monotonia do azul de diversos cambiantes até onde o seu olhar alcança. Mas mais do que isso o desejo inconsolável de escutar seus doces murmúrios, maviosa voz que interromperá o silêncio que dói no interior do seu ser.

Seu olhar acabou por perder-se para lá, muito para lá, da linha do horizonte. Sentiu-se leve como noutras circunstâncias lhe havia acontecido. No sentimento em que o sonho lhe absorve a consciência, sendo levado ao sabor das correntes de pressão atmosférica, como se peso não tivesse.

Voa no impulso de movimentos simples, o seu pensamento impele-o sobre os infindáveis mares, oceanos, para além das mágicas montanhas criadas na fantasia do querer viver maresias. Sempre o acompanha o odor dos jasmineiros.

O velho marinheiro franziu o cenho, o olhar ganhou um brilho estranho, uma tristeza profunda atingiu o seu sentir. Recordou-se que num desajuste grande com a realidade da sua própria idade, ancião que é sem ter coragem de o assumir plenamente, havia poucos anos atrás mandado gravar no seu corpo uma imagem do “Sol de Gaudi” que ele próprio desenhara a partir de um azulejo do incomparável arquitecto catalão.

Uma fuga à idade, talvez.... Mas recorda sempre o comentário que ouviu a mais bela Ninfa do Tejo murmurar: “...um bonito Sol” e acrescentou:”... podes não saber exactamente quem eu sou, mas tens uma bonita tatuagem na parte interior do teu braço...”.

A Lua brilhava todo o seu esplendor no firmamento. A mais bela Ninfa do Tejo dizia em doces palavras: “ De facto não sei qual o mistério, mas a Lua de Setembro é a mais bonita no ano. Em Sintra, no Monte da Lua, ela fica gigante!!! A lua é sempre bonita, mas em Setembro é muito mais! Obrigado por partilhares a "tua" Lua!

Comments:
NAda tem que ver com a idade.A juventude ,está no viver saboreando o que a vida apresenta,e isso o marinheiro(recuso dizer)velho,sabe muito bem fazer.
LIgia
 
Querida Lígia. Os anos ninguém os tira ao Marinheiro. Aprendeu muito, é verdade... Mas mais ainda ficou por aprender. Beijinhos
 
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