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domingo, janeiro 21, 2007

arte xávega no grande areal

A Arte Xávega é uma arte piscatória praticada desde há muitos anos no mar fronteiro aos areais da Caparica, forma tradicional de arrasto para apanha de peixe miúdo, especialmente a sardinha, o carapau e a sarda. Muitas vezes do arrasto resulta também a captura de “tequinhas” de lulas sempre muito apreciadas.

A pesca de Arte Xávega, também conhecida na zona da Trafaria, Costa e Fonte da Telha por Arte Grande, é um método tradicional, praticado igualmente nas regiões de Aveiro, a norte, e de Vila Nova de Milfontes, a sul, que consiste no arrasto de redes lançadas a grande distância da orla marítima e que depois da embarcação regressar a terra são puxadas a braço e, nos tempos mais recentes, por tractores.

A Arte Xávega é somente praticada no Verão, daí ser considerada sazonal, época em que o mar é mais propicio à manobra das frágeis embarcações com que é praticada, sendo nas restantes épocas do ano substituída pela pesca com redes de Estremalho, redes que são lançadas pela madrugada de um dia e recolhidas no dia seguinte. Com a rede de Estremalho pesca-se, normalmente, robalo, linguado e outros peixes finos.

A actividade diária dos pescadores da Costa tem o seu início de madrugada, terminando à hora do pôr-do-sol quando o último peixe é escolhido para a venda na lota. Muitas vezes os populares ajudam ao puxar das redes para receberem a retribuição de algum peixe que virá a constituir a base da ceia do dia.

A companha de uma barco da Arte Xávega é constituída por cinco homens que no mar lançam a rede de cerco, enquanto em terra os restantes elementos se dedicam ao alar das redes; à limpeza soa barcos e à selecção do peixe. A tradição estabeleceu também os quinhões da safra diária que cabe a cada um dos elementos da companha de acordo com as suas tarefas.

Comments:
Victor:

Assisti uma vez (não me lembro onde: talvez na Póvoa???), há bastantes anos, à recolha das redes pela força do trator. Não gostei muito de ver. Talvez porque já tivesse visto postais - de que fui coleccionador - ou alguma reportagem de TV com os pescadores a puxarem as redes à força de músculo.

Talvez seja o mesmo sentimento que tenho face à tourada: apenas me agrada ver a luta "igual" entre o touro e o forcado.

Um abraço,
Rui
 
Queria escrever "tractor", claro!

Rui
 
Caro Rui. Ainda me lembro de os barcos das artes serem retirados do mar à força dos braços dos homens da companha, ajudados pelas mulheres que os esperavam na praia e também por muitos populares, a troco duma "tequinha" de peixe fresco. Era maravilhoso e nada tem a ver com os tempos de hoje. Um abraço.
 
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