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segunda-feira, janeiro 29, 2007

inspiração

Existem tempos assim... a inspiração para escrever, como para qualquer outra actividade que envolva um acto criativo, anda por vezes arredia. Como afirmou uma querida amiga “falta a luz, a luminosidade...”. Então parece que tudo se torna mais difícil, o esforço é maior, os textos nascem baços e sem vivacidade.

O acto de escrever envolve um conjunto de sentires cuja forma de expressão nem sempre é linear. Aliás, a maioria das vezes não o é. Umas vezes resulta dos saberes acumulados durante uma vida, outras, tão somente o resultado de uma chispa captada em circunstâncias inexplicáveis. Quantas vezes tem origem numa palavra se dita pela “musa” inspiradora.

Admiro, pois, o que acontece com alguns criadores a quem, segundo as suas próprias palavras, o acto criativo acontece muitas vezes à revelia da sua própria vontade. Vou citar as palavras de três autores que me são queridos, ainda que, sem muita precisão nessas citações que faço de memória.

José Saramago, Prémio Nobel da Literatura, refere em diversas ocasiões que a inspiração lhe surge nas mais díspares situações: quando se barbeia defronte de um espelho, quando se desloca de automóvel e é confrontado com a construção de um imenso imóvel, e em tantas outras situações comuns.

Jorge Palma, cantor de culto, afirmou numa entrevista que se inspira ao estilo de uma esponja, está tão ávido que qualquer coisa lhe serve de inspiração: uma frase, um livro, uma expressão, uma discussão, qualquer coisa. Depois deixa essa ideia trabalhar dentro da sua cabeça e é criado o poema, a música.

António Lobo Antunes vai mais longe. A inspiração surge-lhe num estado de dormência, em que está entre o dormir e o acordar e flutua. Como sempre escreve à mão, é mais produtivo no momento em que com o cansaço a mão se torna autónoma.

E por aqui, este escriba da Oficina das Ideias que para juntar letras, formar palavras e integrá-las no contexto tem que transpirar a bom transpirar. A inspiração é assim como que construída pedra a pedra, qual tarefa de pedreiro já para não dizer de trolha.

Comments:
Ando numa fase de pouca inspiração. gostaria de ter em mim uma fonte inesgotável de palavras, mas não é bem assim!

Beijinhossss
 
Querida Claudinha. A interactividade é muito inspiradora. Continuemos a pratcá-la. Beijinhos.
 
trolha?
hehehehe...
Agora a sério, a inspiração, ou por vezes a falta dela, não é uma coisa fácil....
apete-se gritar: dá-me uma palavra!!!!!

mas tu, meu querido amigo, tens um olhar que vê tão longe, que terás sempre visões inspiradoras, basta um pouco mias de concentração!

beijo grande
Maçã de Junho
 
Querida Maçã de Junho.
Tens toda a razão, por vezes basta uma palavra quando dita com sentido para desenvolver uma corrente de pensamentos que nos leva à inspiração.
Outras vezes basta um sorriso de uma boca desenhada com pétalas de rosa.
Ou até mesmo a imagem de uma unha de mulher pintada de grenate forte.
Beijinhos.
 
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