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terça-feira, janeiro 23, 2007

pelo sim! nós votamos

De acordo com dados disponibilizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 20 milhões dos 46 milhões de abortos realizados anualmente em todo o Mundo, são feitos de forma ilegal e em péssimas condições sanitárias e de higiene, resultando na morte anual de, aproximadamente, 80 mil mulheres, vítimas de infecções, hemorragias, danos uterinos e efeitos tóxicos de agentes utilizados para induzir o aborto.

Em Portugal, estima-se que anualmente se praticam entre 20 e 40 abortos clandestinos. Sabe-se que cerca de 9 mil portuguesas se deslocaram a clínicas espanholas entre 1996 e 2002.

O aborto clandestino é uma realidade.

Nenhuma mulher faz um aborto por prazer.

Uma querida amiga que há muito trabalha junto de comunidades menos favorecidas, algumas mesmo marginalizadas, afirma sem hesitação “quando a mulher não pode ter filho, ela faz o aborto de qualquer forma, usando agulhas de tricô para perfurar o útero, na casa de banho, ou com “curiosas” que ajudam da forma mais precária”.

A decisão de abortar é uma decisão difícil, dolorosa mesmo. Mas deveremos ter a consciência de que muito mais dolorosas são, muitas vezes, as consequências de uma gravidez indesejada levada até ao fim. Deve ser dada à mulher grávida a oportunidade de reflectir sobre o que será melhor para si e para o seu desenvolvimento pessoal, assim como para o seu futuro filho.

Quando grupos de cidadãos se apresentam “pró-vida” não estão a considerar a enorme quantidade de mulheres que morre todos os anos. A criminalização do aborto é cruel, porque não altera a situação em que as mulheres que a ele recorrem vivem, apenas as culpabiliza ainda mais e as obriga a correr risco de vida, especialmente as mulheres pobres.

A lei actual é uma lei injusta para todas as mulheres, independentemente de recorrerem ou não alguma vez à interrupção voluntária da gravidez, porque o Código Penal se sobrepõe à sua vontade e ao direito de, em liberdade, decidirem sobre questões da sua esfera privada e intima.

Consultas importantes:
Sim!, Edições Avante, 156 páginas, 1ª edição Janeiro de 2007
Síndrome de Estocolmo, de Denise Arcoverde

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