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quarta-feira, fevereiro 14, 2007

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Julgámos que seria interessante trazermos para a ribalta da Oficina das Ideias três comentário que fizemos em excelentes postagens da nossa querida amiga Maçã de Junho. Aqui os transcrevemos...



Voar sempre

Dizia um velho operário da Oficina das Ideias:

“Há muito tempo atrás, tanto que se esconde no fundo do baú das memórias, [isto do tempo que passa tem muito que se lhe diga...] um acontecimento marcou-me para toda a minha vida. Sonhei que voava...

Sonho que se tornou recorrente, noite após noite, ano após ano, vida vivida, em que livre de qualquer peso, voava! Voava terras sem fim, passava oceanos e montanhas, ultrapassava obstáculos que se apresentavam como inultrapassáveis. Voava sempre, conduzindo o meu caminho com um simples gesto de braços.

Era pássaro, mas era também velho fotógrafo, louco marinheiro que conversava com o mar, com o “meu” mar. Esse mar eterno, azul, profundo, ora romântico e terno, ora violento e furibundo. E voava sempre...

Nesses voos sem fim encontrei doce companheira de sonhos, que me disse um dia referindo-se ao meu mar “esse teu mar que tanto me assusta, que tanto me aflige...” mas que sonhou voar no meu sonho para além do mar. E, então, voávamos sempre...”



O pecado

Pecado resulta de um julgamento cheio de subjectividade, de falsa moralidade, de preconceitos e de um desejo mórbido de fustigar o sentir dos semelhantes. Donde, na minha modesta opinião, considero que “pecado” não passa de uma palavra vazia de sentido.

O que descreves magnificamente no teu texto é antes: força de viver, esplendor de sentidos, exacerbar de quereres, o melhor que a vida nos concede... o prazer em toda a sua plenitude.

Aliás, como uma minha amiga que escreve crónicas magníficas costuma dizer “o poder e o prazer estão intimamente ligados”, donde os “donos” do poder, entre os quais as igrejas, procuram aniquilar o prazer dos outros para manterem o seu poder.

Este teu texto além de ser magnífico nos conceitos é um grito de alerta contra os preconceitos que nos procuram incutir desde muito jovens.



Onde tu estás...

Encostei-me ao balcão carcomido do velho boteco do cais das naus na procura do apoio que minhas bambas pernas já não me garantiam...
"ó Manel dá-me um absinto!"
"Outro?"
"Marinheiro aguenta muita dessa zurrapa..."

Enquanto aquela beberagem esverdeada deslizava pela minha garganta, bebida de um só golo, a última antes da queda, ainda pensei:

"Onde tu estás é onde eu quero estar..."

E a música forte continuou a tocar na velha telefonia de plástico.

Comments:
E não foram apenas palavras soltas, foram palavras reflectidas, e gostei de ver o velho marinheiro encostado ao bar, num dos muitos por onde passou , na vida, no sonho, nos caminhos.

Beijo
Maçã de Junho
 
Doce Maçã de Junho
Diz quem tem encontrado o velho marinheiro por aqui e por ali que por detrás do sorriso que tu conheces os olhos mostram grande nostalgia. Mas sorri sempre...
Beijinhos grandes.
 
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