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segunda-feira, março 19, 2007

os pais, uma referência

Meu pai, o Manel da drogaria, mais conhecido pelo “pau preto”, magrinho e muito escuro, cedo começou a contribuir para o rendimento da casa paterna, primeiro como marçano de drogaria, depois como empregado de balcão. Trabalhador e poupado chegou a ter negócio seu. A sua vida bem justificou o dito e lugar comum “por detrás de um homem realizado ha sempre uma mulher esforçada”.

Minha mãe, a São, moçoila saudável e bonita, vinda lá dos saloios de Torres Vedras. Veio com a mãe servir para casa de patroa nos arrabaldes de Lisboa, na então Porcalhota. Somente deixou a casa da patroa para casar, tendo sido acompanhada por minha avó que com ela foi viver. Justiça seja feita que minha avó foi mais do que minha mãe, pois ajudou na minha criação enquanto minha mãe acompanhava meu pai no trabalho.

Tinham um sonho grande, que pais o não têm?, que eu tirasse um curso superior. A Informática não permitiu que tal acontecesse. Foram casados por mais de cinquenta anos, faleceram com um mês exacto de diferença.

Sempre foram importantes referências no desenvolvimento da minha vida, pela sua honradez e pela seu posicionamento relativamente ao trabalho. Se foram referências de vida representaram, igualmente, uma importante memória dos tempos passados. Se como referência continuam no meu pensar, deixei com a sua partida de dispor do meu fundamental recurso da memória do passado.

Comments:
Lembro-me muito bem deles!Eram pessoas fantásticas e muito especiais que me fizeram ver as coisas de uma maneira diferente.Se todas as pessoas deste mundo pudessem ter a oportunidade de ter uns pais assim...
 
Victor.

Gostei muito deste seu post. E não preciso de explicar por quê.

Mas agradou-me sobretudo o termo "pau preto" por que era tratado o seu pai: matéria rara e resistente. Valiosa.

Um abraço.
 
Querida Lenore
Fiquei surpreendido com as tuas palavras. Adorei a tua afabilidade.
Um beijinho grande.
 
Amigo Rui
Quando abrimos o baú das memórias tantas coisas bonitas que encontramos.
Um abraço.
 
RIcas ehonrosas lembranças,das qualidades vividas e deixadas e que faz de ti uma pessoa especial!
Ligia
 
Ao partilhares as boas recordações que deles guardas, estás a prestar-lhe uma homenagem.
Mesmo quando já não estão presentes físicamente, os pais estão sempre presentes em nós pelo que somos.
 
Querida Lígia
Obrigado pelas amigas palavras.
Beijinho
 
Caro Amigo
Sempre presente, sim!
Beijinhos.
 
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