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terça-feira, junho 19, 2007

segredo de cor lilás

A brisa primaveril, a manhã límpida e brilhante, convidavam ao passeio, depois que passara a invernia que teimosamente, para lá do que os contadores de tempo indicavam, não quisera deixar espaço para o tempo de renovar.

O fotógrafo sentiu esse chamamento vindo das profundezas do tempo, apelo telúrico mas também dos sentires, e fez-se ao caminho, atravessando o rio que espelha o nascer do sol, numa embarcação que mais parecia flutuar sobre as águas.

Debruçado na amurada da embarcação olhava o rio que misturava tonalidades de azul com a prata do sol fulgente, laivos de verde e de lilás. O fotógrafo esperava, a cada momento, ver emergir das águas imagem querida dessa bela Ninfa do Tejo, Tágide de duas margens.

Musa inspiradora de tantos sonhos sonhados, dos escritos e das imagens, poderia sempre pelas artes mágicas do caminhar no arco-íris transformar-se em bela Princesa no passeio matinal nos tranquilos jardins do palácio.

Porque...
“...porque me sabe bem o fresquinho da manhã, porque gosto de andar a pé, porque é muito agradável não haver quase ninguém na rua e porque me faz muito bem aqueles 500m sozinha com os meus pensamentos...”
...a Princesa deixava-se passear por aqueles espaços tão belos, esplendorosos nas suas tonalidades lilás neste tempo do renascer da vida e dos sentires.

O embevecimento que a Princesa sempre sentia nestes passeios...
“...nesta altura do ano fico embevecida com aquela dúzia de arvores de flor lilás colocadas parece que de propósito no meu caminho fico sempre com a sensação de que sorriem para mim há uma grande cumplicidade entre mim e elas, e parece que sou sempre a primeira a pisar o tapete que está no chão, tenho quase que paixão por elas e, ano após ano elas lá estão ...”
...sentiu-o o fotógrafo igualmente...

O fotógrafo sorriu... Sentiu de forma tangível, a cumplicidade existente entre tão belas flores lilás e a Princesa do palácio. Percebeu que o embevecimento, mesmo paixão, que a Princesa dedicava a estas flores era retribuído pela cor que parecia tomar novo brilho, intensa luz.

Timidamente, não querendo beliscar tão belo momento, fez clique para obter uma imagem na sua câmera fotográfica. Sentiu-se parte inteira desta paixão partilhada.

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