domingo, outubro 21, 2007
só é meu aquilo que dou a outrém
Como é do conhecimento de muitos dos que me dão a honra de ler os meus textos sou coleccionador de pacotes de açúcar. Os restantes ficam agora a saber. É uma das colecções que podemos chamar “pobres” não pelo seu conteúdo que é riquíssimo, mas pelo custo das peças, a maioria obtida nos cafés com o sacrifício de beber um café sem açúcar, o chamado café dos apreciadores.
Há uns tempos atras, durante a participação telefónica num programa de televisão das tardes, dei conta deste facto num diálogo que estabeleci com o Carlos Ribeiro, apresentador do mesmo.
Passados alguns meses recebi um telefonema de uma telespectadora que assistira ao programa dizendo-me que tinha ouvido a minha intervenção, que dava muito valor a quem se dedicava ao coleccionismo e como havia juntado muitos pacotes de açúcar gostaria de se encontrar comigo para os entregar.
Encontro marcado. Na data e à hora combinada, pontualidade britânica, encontra-mo-nos num café de .... em Almada. Apresentações feitas, tratava-se de duas senhoras, irmãs, de elevada educação e delicadeza, moçambicanas de origem indiana, vindas para Portugal depois da independência do seu país de origem.
Dois dedos de conversa e a concretização do objectivo do encontro. Foram-me entregue um saco com imensos pacotes de açúcar que tinham juntado cuidadosamente. Uma alegria imensa, mais ainda de quem oferecia do que eu que os recebia.
Perguntei-me a mim próprio: “Mas ainda existe gente assim?” Que sentem tamanha alegria ao agradarem a outra pessoa sem nada esperarem em troca, a não ser reconhecimento. Não tenho, agora, quaisquer dúvidas que o “tal” mundo novo que está na vontade do “Cavaleiro da Esperança” ainda é possível.
Ainda existe neste planeta pessoas que valorizam mais a amizade, a solidariedade, os afectos do que o poder, o dinheiro, o egoísmo.
O mais importante: estas pessoas têm um nome, Maria Cristina e Maria Luísa.
O tempo que passa é mesmo assim.... um telefonema recente da Maria Cristina dava-me conta do falecimento da Maria Luísa. Faltaram as palavras nesse momento...
Há uns tempos atras, durante a participação telefónica num programa de televisão das tardes, dei conta deste facto num diálogo que estabeleci com o Carlos Ribeiro, apresentador do mesmo.
Passados alguns meses recebi um telefonema de uma telespectadora que assistira ao programa dizendo-me que tinha ouvido a minha intervenção, que dava muito valor a quem se dedicava ao coleccionismo e como havia juntado muitos pacotes de açúcar gostaria de se encontrar comigo para os entregar.
Encontro marcado. Na data e à hora combinada, pontualidade britânica, encontra-mo-nos num café de .... em Almada. Apresentações feitas, tratava-se de duas senhoras, irmãs, de elevada educação e delicadeza, moçambicanas de origem indiana, vindas para Portugal depois da independência do seu país de origem.
Dois dedos de conversa e a concretização do objectivo do encontro. Foram-me entregue um saco com imensos pacotes de açúcar que tinham juntado cuidadosamente. Uma alegria imensa, mais ainda de quem oferecia do que eu que os recebia.
Perguntei-me a mim próprio: “Mas ainda existe gente assim?” Que sentem tamanha alegria ao agradarem a outra pessoa sem nada esperarem em troca, a não ser reconhecimento. Não tenho, agora, quaisquer dúvidas que o “tal” mundo novo que está na vontade do “Cavaleiro da Esperança” ainda é possível.
Ainda existe neste planeta pessoas que valorizam mais a amizade, a solidariedade, os afectos do que o poder, o dinheiro, o egoísmo.
O mais importante: estas pessoas têm um nome, Maria Cristina e Maria Luísa.
O tempo que passa é mesmo assim.... um telefonema recente da Maria Cristina dava-me conta do falecimento da Maria Luísa. Faltaram as palavras nesse momento...
Etiquetas: contos com açúcar
Comments:
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Maravilhosa experiência, pela riqueza dos bons sentimentos, e pela simplicidade que torna a vida ainda mais bela. E é bom quando sabemos que existem pessoas assim, e que todos na nossa essência assim o somos, mas ficamos esquecidos de contactarmos com a mesma. E essas ações, esses exemplos dessas duas senhoras, e o seu de reconhecê-los no seu valor nos prova que um mundo melhor é possível. Sinto muito pela ausência de uma delas, como sinto pela perda recente de uma amiga que também era assim.
Beijos
Gwen
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Beijos
Gwen
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