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segunda-feira, março 17, 2008

a poesia que escrevemos

Ontem, uma amiga querida e leitora interessada pelo que na Oficina das Ideias vamos publicando levantou-nos uma questão interessante sobre a temporalidade e a origem da inspiração das poesias que neste espaço partilhamos com os nossos leitores e que julgamos oportuno trazer até este espaço que é de todos.

Quanto à temporalidade ou intemporalidade das poesias apresentadas é questão que sempre interessa aprofundar pois a época da sua produção nem sempre é a mesma. Algumas das poesias seleccionadas para aqui serem apresentadas são antigas de mais de trinta anos, outras de muito recente produção, inclusive vertidas quase directamente para o editor da Oficina. Um reduzido número, embora produzidas há anos, bastantes anos, sofrem ligeiros “retoques” que as “actualizam” nos sentires.

No que concerne às fontes de inspiração, diversificadas quanto a pessoas e situações, representam o “clique” criativo, muito embora o conteúdo final tenha muito de experiência passada, de vida vivida.

Na minha modesta opinião a poesia começa a ganhar vida própria, a ser minimamente interessante, quando se torna em si mesma independente do tempo e da origem inspirativa. Se o conseguir, se ganhar universalidade no sentido, poderá aspirar a ter algum reconhecimento como obra conseguida.

Em tempos, uma nossa leitora assídua, “bailarina” de tantas letras e palavras, deu-se ao cuidado de realizar algumas análises a poesias que publicámos na Oficina das Ideias. Preocupou-se, e bem, com os aspectos técnicos, com a qualidade das rimas, rimas difíceis e rimas fáceis, com o conteúdo e com o ritmo.

Hoje, veio aqui à conversa os aspectos mais subjectivos, da experiência pessoal de quem escreve, da época da escrita que tem a ver com a maturidade, da inspiração que se relaciona com os quereres e com os sentires, com os afectos.

São duas vertentes importantes. Mostram o interesse que tanto nos incentiva das pessoas que nos lêem. Mas sem falsas modéstias reafirmamos o que tantas vezes temos escrito: “Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento”

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Comments:
Pois cá está um artigo digno de ser emoldurado.

Cada um escreve o que sente mesmo que a técnica nem sempre seja presente.

Na oficina é que se tratam as ideias e ideias com afectos.

Bem-haja!
 
Tem alguma imagem para oferecer à sensualidade em flor?
 
Meu caro victor.
A poesia é de todos mas, não é para todos. Conheci dois poetas populares , um deles já falecido que me deixaram muito pasmado. Nenhum deles sabe ler uma palavra que seja. Os seus poemas originados sempre num mote,dão-me volta à cabeça como tais seres conseguem palavras en que eu, tenho que ir ao dicionário descobri-las e, eles aplicam-nas no lugar certo.Um deles, Manuel José do Tojal,vai desde o meio rural até às novas tecnologias. Outro , sapateiro de profissão, corre a História de Portugal e o mundo sem sair desta terra. Sinceramente,vejo nelas pessoas superiores. Um abraço João.
 
Querida Medusa
Palavras com o afecto com que desde sempre me habituaste.
Beijinhos.
 
Querida Medusa
O pessoal da Oficina terá muito prazer em te ofertar em breve uma imagem de nossa autoria.
Beijinhos.
 
Amigo João
Na realidade os poetas populares, os poetas repentistas encerram em sim profundos mistérios do saber e do rimar.
Um abraço.
 
A poesia são sempre estádios, degraus da alma.
Eu não sou poeta nem pretensões a sê-lo, mas nos rabiscos que ensaio sempre encontro mais tarde os sentidos contados em palavras tiradas de um imo que muitas vezes resguardo.
Ser poeta é ser frágil?

Um beijo Querido Victor
 
Querida Gasolina
Fico satisfeito por ter conseguido exprimir o que penso sobre o "poetar". Na realidade, acho que és mesmo poeta dos sentidos, pelo belo que escreves em teus textos.
Beijinhos.
 
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