terça-feira, março 04, 2008
sonhar a realidade, a realidade sonhada
Bebi o café e pousei o olhar nas páginas do livro aberto num qualquer capítulo. O café bebera-o sem açúcar, o livro foi aberto “ao calhas” e olhava o texto sem o ler. Nem sequer distinguia as letras que a negrito davam nome ao capítulo.
Nem um pensamento, nem uma imaginada situação ocupavam o meu sentir. As conversas envolventes perderam significado numa sensação de total isolamento, daquele vazio de que se fala mas que se não conhece.
Um ligeiro sobressalto, uma batida mais forte do coração algo agitado trouxe-me à realidade lapso de tempo passado muito ou pouco ficou a dúvida pois também o contador do tempo me pareceu por momentos imobilizado.
O mar espraiava-se docemente na doirada areia, em movimentos sincopados do vai-e-vém de uma maré vaza que ia deixando aqui e ali uma concha de bivalve que já perdera o seu par, separados que foram prematuramente.
Acabado de “virar” o ciclo da maré a água foi subindo pouco a pouco acabando por molhar os meus pés que suportavam o corpo estático que virado a poente procurava na linha do horizonte a razão de tamanha calmaria.
A água que transportava prata feito espuma foi lavrando à volta dos meus pés uma concavidade onde parte se ia mantendo “rodeado de água por todos os lados”, ilha de pensamento no vasto areal refulgente.
Não consegui distinguir o sonho da realidade!
Nem um pensamento, nem uma imaginada situação ocupavam o meu sentir. As conversas envolventes perderam significado numa sensação de total isolamento, daquele vazio de que se fala mas que se não conhece.
Um ligeiro sobressalto, uma batida mais forte do coração algo agitado trouxe-me à realidade lapso de tempo passado muito ou pouco ficou a dúvida pois também o contador do tempo me pareceu por momentos imobilizado.
O mar espraiava-se docemente na doirada areia, em movimentos sincopados do vai-e-vém de uma maré vaza que ia deixando aqui e ali uma concha de bivalve que já perdera o seu par, separados que foram prematuramente.
Acabado de “virar” o ciclo da maré a água foi subindo pouco a pouco acabando por molhar os meus pés que suportavam o corpo estático que virado a poente procurava na linha do horizonte a razão de tamanha calmaria.
A água que transportava prata feito espuma foi lavrando à volta dos meus pés uma concavidade onde parte se ia mantendo “rodeado de água por todos os lados”, ilha de pensamento no vasto areal refulgente.
Não consegui distinguir o sonho da realidade!
Etiquetas: pequenos textos
Comments:
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Que belas palavras, Querido Victor.
Sei bem desses pequenos sobressaltos que nos acordam dos sonhos, de viagens encantadas.
Um beijo de muito carinho
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Sei bem desses pequenos sobressaltos que nos acordam dos sonhos, de viagens encantadas.
Um beijo de muito carinho
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