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domingo, maio 18, 2008

fome

Portugal, a Europa e o Mundo atravessam uma profunda crise social, o que por ser já um lugar comum na comunicação social e no sentir das gentes não perde a importância e dramatismo que envolve. Induzida pela crise social vive-se uma não menos grave crise de valores. Como antes já escrevemos e continua com actualidade “conhece-se o preço de tudo e o valor de nada”.

Uma sociedade baseada na mais desenfreada especulação financeira, em que a distância entre os “muito ricos” e os “mais pobres” se acentua cada vez mais, é uma sociedade sem futuro. Está na mão e no querer de cada um de nós e de todos colectivamente fazer inflectir este cego caminhar para o abismo social.

Portugal está a atingir em pleno século XXI, o século do saber partilhado e do grande desenvolvimento tecnológico, os índices mais elevados de carência alimentar dos últimos 30 anos, enquanto empresas, muitas delas ligadas a grandes grupos económicos multinacionais, continuam num escandaloso acumular de lucros a distribuir por um número restrito de pessoas.

São esses mesmos grupos que manipulam e controlam a situação geopolítica internacional por forma a apoderarem-se das principais fontes energéticas mundiais, especialmente, no âmbito dos hidrocarbonetos.

E neste entretanto, uma faixa cada vez maior da população portuguesa, para já não falar de Europa e do Mundo, vive em permanente carência alimentar, chamemo-lhe FOME sem receio da dureza da palavra, agravada por condições sub-humanas de habitação e impedimento real de acesso ao ensino.

Josué de Castro que foi presidente do Conselho da F.A.O. (Organização da Alimentação e da Agricultura das Nações Unidas) entre 1951 e 1955 dá conta das dificuldades à época para lutar contra a situação calamitosa que conduzia a que 2/3 da população mundial vivesse em estado de subalimentação real: “...E durante esses quatro anos pudemos comprovar como é difícil vencer as resistências impostas pelos interesses particularistas dos países e dos grupos económicos...”.

Mais de cinquenta anos volvidos a situação e os entraves mantém-se, se é que se não agravaram. Como escreveu Manuel Jacinto Nunes “Não é preciso afirmar, como Josué de Castro, que “a fome é um flagelo criado pelo homem”, basta afirmar que “a fome é um flagelo consentido pelo homem” para que se tenha que considerar como um dos objectivos fundamentais da humanidade a extinção desse flagelo”.


Recomendação de leitura: “Humanidade, FOME e Subsistências”, Associação de Estudantes de Ciências Económicas e Financeiras, 1965

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Comments:
Obrigada pela visita
Beijo
 
;) subscrevo o que diz
 
Vou levar este texto, Victor! Fala-nos de um crime...um crime prepetuado pelo grande capital e pelos senhores do Mundo para quem as pessoas são coisas...
 
Querida Amiga (Alma Minha)
Nem sempre visito com assiduidade os blogues amigos, mas quando o faço, faço-o com muito prazer.
Beijinhos.
 
Caros Amigos (100smog lda)
Grato pela vossa presença e participação sempre amiga.
Abraço.
 
Querida Amigona
Este espaço é de total partilha. Eu te agradeço tanto mais que verifiquei que assim a muito mais leitores chegou.
Beijinho.
 
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