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terça-feira, maio 13, 2008

lesa património

A tarde estava a meio, aquele tempo de madorna que se segue ao que é utilizado de um modo geral para a refeição do meio-dia, por aqui designada por almoço e que nas terras dos “saloios” onde se encontram parte das minhas origens chamavam “hora de jantar”, quando entrei no largo fronteiro ao rio daquele local onde já aportaram barcos de pesca para descarga e reparação e que hoje está perto do abandono pelas lides do mar.

A capela local é circundada por um espaço ajardinado, bastante cuidado, que percorri vagarosamente na procura de um painel de azulejos alusivo a Nª Sª do Cabo que me falaram aí existir e de que já havia visto uma fotografia. Agora procurava o painel real e o primeiro local a visitar foi a referida capela com resultados negativos. Nem viva alma a quem perguntar.

Na fiada de casas baixinhas, com certeza da origem da localidade pois era esse o uso da construção em épocas idas, que dá para as traseiras da capela uma porta aberta indicava que andaria gente por perto. Para entrar tive que baixar bastante a cabeça, desci dois ou três degraus e entrei num compartimento de reduzidas dimensões somente com uma mesa e seis homens idosos sentados ao seu redor.

Quatro deles carteavam e dois assistiam interessados. Senti algum acanhamento em interromper, mas sempre fui dizendo: “Conhecem a existência por aqui de um painel de azulejos que representa a Nª Sª do Cabo?” Olharam-me por instantes com alguma estranheza, até que um dos convivas acabou por responder: “Olhe, corta aí no beco à esquerda, logo a seguir àquele prédio que tem dois barris... é logo ao fundo desse beco”.

Não foi difícil chegar ao local indicado. Por cima do portão de uma garagem, meio encoberto por uma barra de ferro carcomida da ferrugem e amputado nos seus laterais pelas mais recentes obras na parede da garagem aí está o painel de azulejos que eu tanto procurara.

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